Como disclaimer inicial, embora esteja conformado com o que se passou, é inevitável que tenha um piquinho de raiva quando escrevo sobre isto. Assim sendo, avisam-se os meus estimados leitores que abaixo virão atrocidades, palavras feias e muita mágoa. Se forem sensíveis a este tipo de coisas, aconselho que troquem de post, para bem da vosso estado mental. Muito obrigado pela compreensão.
Daqui para baixo, o nível poderá descer bastante... É o meu ultimo aviso...
Como deu para perceber pelos posts anteriores, a minha BTT foi roubada, sem dó nem piedade da estação de comboios na passada quinta-feira, dia 25 de Fevereiro.
Não sei se por ironia do destino ou porque simplesmente tento encontrar explicações lógicas para tudo, existem alguns dados incomodativos sobre a data em que algum(s) FILHOS DA PUTA (com letra grande porque são-no na sua verdadeira essência e um F e um P não seriam suficientemente expressivos), decidiram roubar-me:
- Era o último dia em que iria para a estação
- Foi no dia em que recebi o kit elétrico
- Foi no dia em que fechei a data de uma pedalada em Sintra com o pessoal que me acompanhei no noturno (old stuff)
- Foi no dia em que a Trailrock fazia 6 meses
Ok, pode ser tudo coincidência e estar a ver o que quero ver. Mas com tudo o que se tem passado, parece que algo anda a "gozar" comigo, a dizer que tenho de abandonar tudo o que é transportes e andar a pé. Basicamente tudo o que é carro e bicicleta tem corrido mal. Vá... Ao menos não me posso queixar da saúde mas não vamos agoirar...
Mas voltando ao roubo propriamente dito... Vinha eu de Lisboa no comboio, num dia igual a tantos outros, cheguei a Cascais e dirigi-me ao parque onde sempre deixei a bike. Ao olhar para lá, estava vazio, sem nenhuma bicicleta. Infelizmente, é habitual a minha ser a única às horas que chego (não que seja tarde mas porque os restantes ciclistas saem mais cedo que eu do trabalho).
A minha reação inicial (e durante os dois minutos seguintes) foi de vazio e nausea. Senti exatamente o mesmo quando me partiram dois vidros do carro para me roubarem um telemóvel reles de 100€ (sim, era bem básico e nada vistoso).
Dei meia volta, fui para o centro da estação para falar com alguém responsável sobre o sucedido. Encontrei um senhor da CP (provavelmente revisor por andar com a maquineta de verificação de bilhetes) e expliquei-lhe o sucedido. Prontamente chamou o segurança da estação que veio ter comigo.
"Era a Berg verde e cinzenta?" - perguntou ele de imediato...
"Como sabe? Viu alguma coisa?" - veio a restea de esperança em que a tivessem roubado mas que os tivessem apanhado... Eu sabia que não ia acontecer mas agarrei-me com toda a força a essa ideia, não conseguisse eu "usar a força", tal e qual um Jedi, para mudar o desfecho dessa noite.
"Eu vi cadeados no chão, já tinha reparado na sua bicicleta e não estava cá. Eles andam em grupo, em vários grupos e é impossível eu estar em todo o lado... Mas infelizmente pensei logo nessa bicicleta..."
Falamos cerca de uma hora, sobre o que se passou, sobre outros casos que ocorreram lá e os seus desfechos. Houve dois casos em que apareceram mas é raro que tal coisa ocorra. Quando disse no post anterior que o segurança tinha sido prestável, estava mesmo a falar a sério. Fiquei com ele a prestar declarações para o relatório, dei os meus dados e ele disse que me contactaria caso tivesse alguma informação adicional para eu passar à Policia.
Lá fui para casa, com a nausea a aumentar. Sentia-me violado por ter trabalhado tanto para isto e no fim, um grupo de montes de merda sem escrúpulos, em plena luz do dia, atacam a propriedade de outros, sem qualquer tipo de remorsos... Não lhes desejo mal, apenas gostava que passassem pelo mesmo, que fossem roubados, provavelmente os seus orgãos, enquanto dormem, para terem a mesma sensação que eu tive ao saber que mesmo que volte, nunca será o mesmo, por andar a ser profanado algures num mercado negro por alguém que simplesmente não pôde ser sério e teve de tirar um bocado do que é a nossa vida por direito.
Jantei e fui ao posto da PSP de Cascais, com quem já tinha falado por telefone ainda na estação.
Apresentei a minha queixa, forneci todos os dados da bicicleta e os respetivos documentos que comprovavam que era minha.
Passei cerca de 45 minutos a falar com o Agente, depois de ter aguardar outros 45 minutos para que o senhor anterior apresentasse a sua queixa de alguma coisa.
Foram bastante prestáveis, explicaram-me os procedimentos e disseram-me para não ter muitas esperanças. Os roubos desta natureza raramente acabam bem. Mesmo que apareça, regra geral está em muito mau estado e alterada, com metade das peças...
Mas houve um impresso interessante que tive de assinar, sobre responsabilidade, caso possua informações novas sobre o processo. Basicamente a ideia é prevenir que caso eu descubra o Neandertal que me fez isto, não lhe desfaça o focinho no vidro mais próximo que encontrar, ou que lhe parta todos os dedos das mãos, depois de lhe arrancar as unhas, uma a uma, desinfeta-las com sal e temperadas com vinagre. Afinal de contas não sou nenhum animal selvagem que vai deixar feridas daquelas infetar...
Por mais Dantescas que estas ideias sejam, nunca seria capaz de as fazer. Mas o impresso é para prevenir estas coisas. Assim sendo, caríssimo restos de merda, estás protegido por um impresso que me proíbe de agir sem envolver a policia. Estás safo!
Mas sinceramente, reza a todos os santos que consigas que eu nunca te descubra. Porque o impresso não te protege de acidentes...
E com isto, com raiva, tristeza e muita mágoa, me despeço da Trailrock porque tenho a ideia que nunca a voltarei a ver. E como "olhos que não vêm, coração que não sente", não voltarei a escrever sobre isto... Excepto se houver alguma descoberta por parte da policia... Ou um acidente...
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