domingo, 31 de janeiro de 2016

Atraso e novidades


Poderia estar cancelado mas não. Não falo do projecto Utopia há muito mas existem muito boas razões para isso.
Desde o inicio, sempre disse que este projeto não seria cost-driven como a Torah mas sim algo em que poderia gastar mais para no fim ter a melhor utilidade. Isto não que dizer que budget seja irrelevante... É na mesma e muito!

Nos ultimos meses, tive uns ENORMES problemas com o carro. Quando falo em enormes estou na gama de avarias e arranjos que envolvem um motor novo... Três meses de esperas, atrasos e despesas e lá tinha novamente o carro disponível.

Durante este período, as despesas em deslocações aumentaram e o projeto Utopia 1.0 ficou em standby. Se consigo chegar a pedalar e não posso investir nesta fase, para-se.

Já com o carro novamente em funcionamento voltaria tudo ao normal e em termos de duas rodas, nada mudaria. O projeto continuaria em standby até que algo mudasse. Afinal de contas estou à procura de casa e todos os € que puder poupar são bem vindos...

Mas como tudo na vida, as coisas iriam correr de uma forma diferente, fora do meu controlo...

A meio de Janeiro, num dia como qualquer outro, fomos todos convocados para uma reunião. Por todos estou a referir-me à minha equipa de trabalho. Era a comunicação de algo que já se falava pelos corredores à uns meses. Iamos trocar de escritório para um local que não é propriamente o melhor... Estava na altura de preparar a logistica para nos mudarmos para o Prior Velho...

A noticia caiu como uma bomba. Ninguém queria mudar e principalmente porque não entendemos a escolha. Também ninguém nos conseguiu explicar quando questionados. O "pessoal das patentes" (leia-se o pessoal que gere a minha área) não nos conseguiu dar uma resposta satisfatória.

Lamentações e tristezas à parte, tinha de arranjar uma solução. Seria este o fim das pedaladas por Lisboa? Seria esta a altura em que encostaria a Utopia a um canto e voltaria aos transportes públicos da área metropolitana de Lisboa cuja aversão ganhei? Iria acabar o meu treino diário e escape para a mente?

Tinha de encontrar as respostas que necessitava para perceber se a utilização da Utopia para o novo escritório era viável. Estamos a falar de mais 9/10 km por dia e deixa de ser "a direito" ao contrário do trajeto que faço hoje em dia.

Escrevo isto no dia em que vou pela primeira vez para o novo office. Já consegui algumas das respostas que necessito ao longo da semana que passou mas a viabilidade depende dos próximos dias, enquanto vou vendo como é a zona durante o dia, como funcionam os balneários, cacifos e quais seriam os trajetos que teria de efetuar.

Tenho esperança em por a versão 1.0 a funcionar brevemente mas ainda necessito de mais info.

Por agora, a Utopia foi arrumada, à espera de noticias, comecei a levar a Traiorock para a estação de Cascais e terei de andar de autocarro em Lisboa. A zona para onde vou não tem metro nas imediações e apenas dois autocarros lá passam. No meio disto tudo até tenho sorte porque existe um autocarro direto do Cais do Sodré até lá. Posso não ter trocas a meio mas terei de atravessar Lisboa de uma ponta à outra. Isto, dentro de um autocarro, em hora de ponta, deve ser o caos... Vamos a ver...

Será que estou mais perto que nunca de reativar este projeto? Espero que sim porque tenho a ideia que tempo perdido em transportes será o meu principal driver... A ver...

terça-feira, 26 de janeiro de 2016

Utopia's 1K!

Não trago nada de muito estonteante ou mirabolante... Apenas quis orgulhosamente dizer que a minha criação completou hoje 1000km desde que a restaurei!

A Utopia quando chegou às minhas mãos

A Utopia no dia de hoje
Uma vez que o tempo tem estado chuvoso está num estado de limpeza horrível e a necessitar de muita atenção... Mas haverá novidades em breve :)

quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

O primeiro encontro Vinho Sobre Rodas - O noturno de São Silvestre


Anunciado há muito, o nocturno de São Silvestre é um clássico que se repete todos os anos pela altura do Natal. Trata-se de um passeio nocturno organizado pela Fidal Bike do Barreiro que pretende juntar os amantes do BTT numa causa solidária de apoio aos mais carenciados. A inscrição era de apenas 2€ e um bem alimentar para uma instituição de caridade.
O percurso ronda os 30km, sendo uma parte em cidade (Barreiro) e outra em terra (Mata da Machada).
Antes de nos pormos ao caminho, conheci dois dos elementos que iriam estar no grupo. Enquanto fazíamos a prova de vinhos, o N.C. (que além de enólogo é amante das duas rodas) juntou-se a nós e entretanto chegou também o A.C., pai dos dois que já estavam comigo. Com muitos mais km nas pernas que eu, o A.C., com a sua idade já respeitável, é um exemplo perfeito de como o andar de bicicleta não tem idades. Quem me dera a mim chegar aquele nível, com a boa disposição e forma física que tem. Um verdadeiro senhor! Para não falar da sua enorme simpatia!
A caminho do local de encontro, juntou-se a nós mais uma pessoa da qual muito tinha ouvido falar mas que ainda não conhecia pessoalmente: O B.B. Pelo que o P.C. me foi falando ao longo da minha evolução, também o B.B. começou do zero, passou a usar a bicicleta como meio de transporte para o trabalho e tornou-se num amante das duas rodas. A nossa história é mesmo muito parecida!
Chegado ao ponto de encontro, fiquei boquiaberto. Nunca tinha visto tantas bicicletas juntas, muito menos à noite. Verdade seja dita, também nunca tinha ido a um evento do género.
Fizemos a inscrição e aguardamos pela partida. Nesta altura chegava o ultimo elemento da equipa, o P.J.

Tiramos a bela da foto de grupo antes do arranque e tudo estava a postos para a loucura de 30 km feitos em conjunto com montes de pessoas :)

Claro que as coisas correm de forma bem diferente do que imaginei...

Na hora da partida, reparamos que o B.B. tinha ficado onde tínhamos estacionado para a inscrição. Tudo e todos arrancaram, o que demorou uns belos 5 minutos (não fossem cerca de 1000 :P). Eu e o P.C. fomos ver o que se passava e deparamos com o B.B. atarefadíssimo de volta da roda. Clássico! Furo antes de arrancar...
Acho que nunca tinha participado numa troca de câmara de ar tão rápida como esta. Eramos três de volta da bike, cada um com um detalhe, tal e qual um pit stop de um F1!
Ainda conseguimos dar umas pedaladas valentes e apanhar o final do pelotão da confusão...
Estava tudo ok e estávamos de volta ao grupo, como se nada tivesse passado... ou não...
Cerca de 500 mais à frente, depois de já estarmos reunidos com o resto do nosso grupo, o B.B. parou novamente... Ora não é que o raio da roda da frente estava novamente vazia?! Pois é...

Paramos em frente a um café que ainda estava aberto àquela hora porque as câmaras de ara suplentes tinham acabado... Como ele tinha roda 26, mais ninguém o podia ajudar e o P.C. já tinha fornecido a dele.
Tivemos logo a noção de que iríamos ficar para trás, afastados do grupo e sem saber por onde eles iam (o percurso não é disponibilizado, seguimos alguém da organização). Ficaram novamente os mesmos três parados, desta vez com a necessidade de fazer um remendo...
Roda desmontada, um foi ver onde estava o furo (entrou pelo café a pedir para verificar) enquanto os outros ficaram a rever o pneu e onde estavam os remendos... Mão dentro do pneu e encontramos o culpado! Então não estava um pionés espetado lá?! Bem podíamos continuar a trocar câmaras de ar e a por remendos que aquilo havia sempre de furar. Belo do erro da pressa em não confirmar o que tinha causado o primeiro furo... CÊPOS! E sim, estou a falar de mim... Qualquer um de nós devia de ter pensado nesse passo básico ao ter um furo...
Passado cerca de 15 minutos, entre verificação de furo, remendar, encher e montar, lá nos metemos novamente a caminho, sozinhos, pelas ruas do Barreiro...

A aventura estava apenas agora a começar...
Agora que estávamos em total condição de continuar, estava na altura de descobrir onde estava o resto do pelotão. Eramos as únicas três almas penadas que estavam atrasadas...
O P.C. ligou para o irmão que tinha seguido com o grupo para descobrir onde estavam. E foi ficando para trás... Sim, porque falar ao telemóvel enquanto se anda de bicicleta, no meio da cidade, não é uma tarefa propriamente simples. Eu e o B.B. íamos devagar e desacelerando para que ele não nos perdesse de vista e não ficarmos ainda mais separados do que já estávamos.
Passados uns minutos, lá soube onde estavam. Tínhamos de acelerar para apanhar o grupo antes de entrarem na mata da machada sob pena de não conseguirmos mesmo encontra-los!
Atalho sobre atalho (digo eu porque não conheço absolutamente nada daquela zona), passamos por vias rápidas, zonas residenciais, zonas onde não se via nada e zonas onde ao fundo conseguíamos ver as luzes azuis dos carros da policia (sinal de que nos estávamos a aproximar).
Mais um esforço, atalhos e mais pedaladas e encontramos todo o grupo parado num cruzamento, para reagrupar com os mais atrasados. Custou mas conseguimos apanha-los usando caminhos alternativos. Esperamos que o grupo arranca-se e eventualmente o resto dos elementos com que estávamos haviam de passar por nós. Assim aconteceu. Estávamos todos reunidos e a aventura podia continuar. Admito agora que em certa altura temi que não os conseguíssemos apanhar...

Quanto mais andava, mais tinha a noção da dimensão do encontro. Viam-se pessoas de todas as idades, classes sociais. Naquela altura, os elitistas das duas rodas juntavam-se aos ciclistas de fim de semana e aos que andam uma vez por ano.

Entramos mata dentro e no meu "habitat natural". Tinham-me alertado para a areia que iríamos apanhar e para a falta de luminosidade . Como se não bastasse o cerrado de árvores à nossa volta, a lua não estava cheia e o tempo mesmo muito nublado.

Sempre que existia algum obstáculo no trilho ou uma secção complicada de areia, estava sempre alguém da organização a indicar esse facto, apontando as suas luzes para o trilho e dando indicações da melhor forma de passar.

Trilho fora, fomos papando quilómetros, sempre a pensar quando começaria a chover, dado que as previsões climatéricas não eram as mais animadoras...
Saímos da mata e com isso chegava também o abastecimento. Era a oportunidade de juntar todo o grupo e recarregar baterias. Estava à nossa espera um grande chá quente e bolo rei. Eu que não gosto de todo deste bolo, comi-o com uma satisfação fora do normal! E o chá?! Não havia melhor bebida para a ocasião!

Passados 30 minutos, estava na hora da segunda parte, que era bem mais curta e que ocorria apenas em cidade. O P.C. aproveitou para e mostrar alguns locais da cidade por onde passávamos, enquadrando-me da sua história. Pai e irmão juntaram-se a nós para fazer o mesmo e gomos trocando impressões até ao fim do trajecto.

No local da partida, onde também terminava o passeio, estava à nossa espera o caldo verde. Dada a dimensão do encontro, a fila era colossal e a espera iria ser longa. Desistimos da ideia e seguimos a caminho de casa...

Depois de parar, desmontei a Trailrock, pu-la no carro, despedi-me de todos e arranquei rumo a Cascais.

Foi preciso arrancar para começar a chover... Muito! Desta vez correu bem a nível meteorológico, vamos a ver como é no próximo ano :)

domingo, 17 de janeiro de 2016

O primeiro encontro Vinho Sobre Rodas - A prova de vinhos



Porque tudo tem um procedimento e sendo nós meio novos neste mundo das provas, decidimos definir algumas regras para o encontro:
  • Cada um iria escolher e comprar uma garrafa (a sua escolha) sem dizer o que era
  • O preço foi acordado que estaria entre os 4 e os 6 euros (promoções aplicadas contavam, o que importa é o preço final)
  • A garrafa teria de ser coberta para se aplicar o conceito de prova cega
  • Ambos provávamos de ambas as garrafas, à vez
  • Cada um dava a sua opinião, sendo o primeiro a falar, o "adversário" da garrafa
  • Ganhava a garrafa que tivesse a melhor classificação entre os dois
  • Ambos os vinhos teriam de ser tinto

E eram estes os "pesos pluma" (link para o Vivino por baixo das imagens):
Representado pelo P.C., do Douro, o Val da Dorna de 2011, das Caves Murça, para o preço de 5.99€:

Representado por mim, das Beiras, o Beyra Reserva de 2013, do Rui Reboredo Madeira, para o preço de 4.99€ (consegui-o por menos um euro porque estava em promoção):


O primeiro em prova foi o Val da Dorna. Agradável, com aromas muito interessantes de fruta madura. No copo é um rubi claro, com lágrima pouco acentuada. Na boca, esperava um corpo mais cheio e o final era demasiado curto. Um vinho simples mas com potencial de agradar a maioria (vinho fácil).
Sobre o Beyra, a experiência foi totalmente diferente... No nariz, muito mais tímido, não fazendo adivinhar grandes surpresas, mas acontece o inverso. Muito delicado, mistura uma complexidade muito elevada para a gama de preços. Não considero que seja um vinho para qualquer boca dada a sua mineralidade. O corpo é médio e o final muito longo, deixando uma agradável vontade de beber mais um pouco.

Embora a decisão do vencedor tenha sido unânime, decidimos chamar um especialista para confirmar o que tínhamos decidido.
Na casa de baixo, mora o N.C., irmão do P.C., que curiosamente é enólogo. Não havia pessoa melhor para garantir a imparcialidade das nossas análises leigas.
De garrafas novamente tapadas, provou ambos e chegou ao mesmo veredicto. O Beyra foi o vencedor da noite!

Desta forma, tivemos um belo jantar de petiscos (e que petiscos!), em excelente companhia! Venham mais!





Agora estava na altura das rodas...

segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

O primeiro encontro Vinho Sobre Rodas - Apresentação


Com cerca de duas semanas de atraso, escrevo sobre uma das experiências mais fixes do ano. Pela primeira vez, consegui realizar o verdadeiro Vinho sobre Rodas!

Mas tudo isto tem uma explicação. Ora vamos por partes:

Tudo começou com o P.C. a falar-me de um evento noturno anual que se realiza no Barreiro, pela altura do Natal. Falamos disto há muito tempo (penso que a primeira vez foi em Abril de 2015, quando comecei a levar as duas rodas mais a sério).
Os meses foram passando e quando foi publicada a noticia que o S. Silvestre se ia realizar novamente, lá acertamos que iríamos juntos, mais quem quisesse alinhar...

... e surgiu a ideia: "Já que vamos pedalar à noite, porque não fazermos uma prova de vinhos antes disso? Afinal de contas temos de jantar!"

E assim foi... Iríamos encontrar-nos durante a tarde, antes do evento, para uma prova de vinhos, acompanhada de uns belos petiscos. Depois disso, juntavamo-nos aos restantes participantes para queimar as belas calorias que os enchidos, queijos, grelhados e vinhos nos tinham dado. O plano ficou traçado e definimos os detalhes para cada uma das partes... 

domingo, 3 de janeiro de 2016

Stats de Dezembro


Para além de ser o mês dos excessos de doces, calorias, açúcares e gorduras, Dezembro tem um efeito terrível no meu trabalho. Há sempre colegas e clientes de férias mas há também os prazos que terminam e requisitos legais para cumprir. Isto traduz-se em caos, pouco tempo na cama e demasiado tempo em frente a um computador.
O impacto no meu tempo em duas rodas foi direto e brutal!


Mês anterior:
Tempo: 19h44m
Distância: 351,5Km
Ganho de altitude: 2699m
Número de voltas: 58


Dezembro 2015:
Tempo: 8h32m
Distância: 122,4Km
Ganho de altitude: 1418m
Número de voltas: 13


Final 2015:
Tempo: 112h37m
Distância: 1870,1Km
Ganho de altitude: 17074m
Número de voltas: 326

Como é habitual por parte do Strava, foi criado um video automático com os resultados do ano. Aqui está o meu:



Este comentário foi feito em resposta ao video acima, quando o publiquei no FB:



Ainda em contexto e com o fim de 2015, chega também ao fim a competição que há uns meses tem sido muito "one-sided"... Embora esta fique por aqui, irá decerto surgir outra porque adoramos usar a competição como forma de nos superarmos a nós próprios. Fica o resultado final:

Distance Challenge:
Eu: 1870,1Km
Ele: 872,2Km
Diferencial: +997,9Km

Antes desta publicação, eram cerca das 23:45 de dia 31 de Dezembro quando liguei ao P.C. para lhe dar o resultado oficial. Ficou acordado que o perdedor iria pagar um jantar ao outro (quem sabe o segundo encontro Vinho Sobre Rodas)...