segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

O fim da semana infernal


Embora horrivelmente dolorosa, a segunda-feira sempre foi para mim o primeiro dia da semana. O Domingo sempre me pareceu o ultimo, onde preparamos tudo para a nova batalha de 5 dias - no meu caso - seguidos de trabalho onde pouco ou nenhum tempo temos para fazer o que precisamos e/ou gostamos.

A semana que passou soou a que algo do além tinha vindo para me assombrar e que decidiu apertar comigo mais a sério porque não lhe devia estar a dar atenção suficiente. Apertar comigo porque nas ultimas semanas tudo o que é estranho tem acontecido comigo (ver este post da semana passada) e nos últimos dias decidiu ser bruta, fazendo com que o amigo Murphy seja um menino do coro...
Então, de forma calma, no comboio e posteriormente autocarro, tentarei explicar cada um deles. Isto é material que me dará umas boas horas de escrita...

Começando por ordem cronológica, tive os seguintes eventos na semana que passou:

QUARTA
1 - Atraso de 24h na entrega do motor elétrico

QUINTA
2 - Acordar às 3:00 para levar os cunhados ao aeroporto, onde tinham de estar às 4:00. Chegar a casa às 4:30 para dormir mais uma hora e ir para o trabalho.
3 - Ida para a estação com a Trailrock e ida para o trabalho de comboio + autocarro
4 - Erros na transferência dos meus dados de morada para a entrega da DHL
5 - Chamadas intermináveis para o serviço de clientes da DHL
6 - Lá entregaram o kit ao fim da tarde (o meu Pai não saiu de casa para esperar pela entrega que ocorreu apenas no fim do dia)
7 - Chego à estação de Cascais para descobrir que a Trailrock tinha sido roubada
8 - Horas a falar com o pessoal de segurança da estação (que devo dizer que foram muito prestáveis, sem ironia)
9 - Uma hora e meia para fazer queixa na PSP do roubo (também prestável e também sem ironia)

SEXTA
10 - Chuva torrencial, a Trailrock não iria decerto nesse dia para a estação (se não ia, foi no ultimo dia que a deixei na estação que foi roubada)
11 - Stress violento no trabalho, porque tudo decidiu "pegar fogo"
12 - Falar com todas as pessoas que conheço e andam de bike sobre o roubo. Quantas mais souberem, maior é a possibilidade de ela aparecer
13 - O Jojo, sensibilizado com o roubo, disse que tinha a antiga BTT dele para venda
14 - Jantar em casa de amigos
15 - Ao sair do local em que estava estacionado, o carro bateu por baixo e soltou algo que ficou a arrastar pelo chão
16 - Sim, ainda está a chover torrencialmente e não dá para perceber o problema com o carro. Deixei-o lá e um amigo levou-me a mim e à Pikena a casa

SÁBADO
17 - Acordar às 7:30 para pedir ao meu Pai para me levar ao carro e tentarmos arranjar seja lá o que foi que se soltou
18 - Reservatório do respiro do óleo partido, caixa tirada, tubo virado pa cima e está novo! Pelo menos até à próxima inspeção
19 - Almoço de aniversário do Sogro
20 - Trabalho na Utopia para iniciar a montagem do kit elétrico
21 - A roda com o motor não cabe e não tenho anilhas com a dimensão correta para servirem de espaçadores
22 - Ir ao encontro do Jojo para ver a bike que ele estava a vender. Comprei-a!
23 - Ir para o AKI comprar anilhas. Não há o tamanho que preciso. Comprei o mais aproximado
24 - Montar a nova BTT e prosseguir com o trabalho na Utopia

DOMINGO
25 - Acordar às 7:00 para montar o que restou da Trailrock na nova
26 - Ida para a serra fazer o test-drive à nova BTT
27 - Um tronco enfiou-se entre a cassete, corrente e desviador traseiro. Felizmente ia devagar e parei imediatamente. No entanto...
28 - ... um quilómetro à frente, ouço um estoiro brutal, a roda de trás bloqueou e vejo que o esticador rodou 180°, estava todo torcido e desfeito.
29 - O meu Pai seguiu pa casa para ir buscar o carro com o R.P. enquanto eu e o M.S. ficamos na Serra à espera porque o status da bike era "agarrado"
40 - Descobrir que para além do desviador, o dropout ficou também destruído
41 - Passar a tarde toda a finalizar a Utopia
42 - Test-drive à Utopia e primeira experiência numa E-Bike (sim, a Utopia 1.0 é uma realidade)
43 - As dores nas costelas, da queda da semana anterior voltaram. Desde sábado que têm mostrado que ainda cá estão e que me vão atormentar as noites e manhãs (apenas nestas alturas do dia me dói)


Houve muita coisa que se passou... E muito provavelmente deverei falar de cada uma delas em separado. Mas tinha de pôr tudo para aqui, de forma sequencial e cronológica.

É segunda, o inicio de uma nova semana e tudo se irá resolver, de uma forma ou de outra... Melhores dias virão!

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

Roubado!!!


Agora que já se passou uma noite completa, quase em branco porque não conseguia dormir, anuncio a triste realidade...

A Trailrock foi roubada da estação de Cascais, em plena luz do dia...

E para já é tudo o que consigo/tenho capacidade para dizer...

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

A compra do kit e a espera (que parece) interminável (mesmo não sendo)


Pareço uma criança, nos dias que antecedem o Natal... Dou por mim a ver o site de tracking da DHL de meia em meia hora, para verificar se há updates do seguimento da minha encomenda.
Finalmente pude fazer a compra do meu kit eléctrico para a Utopia e está neste momento a caminho de Portugal.

Segundo o serviço de entregas que a Ciclotek utiliza, irá chegar num prazo de 48 horas. E até lá fica a expectativa de o montar e utilizar pela primeira vez!

Será que não me enganei em nenhum componente?
Será que vai chegar em condições?
Será que nenhuma das peças tem defeito?

Ao longo da minha vida, utilizei muitas vezes serviços de compras online, na sua maioria de lojas internacionais. A título de exemplo, quase todo o material de DJ e produção musical que tenho veio da Alemanha; uma boa parte dos acessórios das minhas bicicletas vieram da China e até os ténis que usei no meu casamento vieram da Amazon (sim, fui com uns fantásticos All Star azuis, tal como a Pikena).

Mas estar habituado não muda a expectativa de comprarmos algo que não vimos pessoalmente, que não mexemos e/ou experimentamos com as nossas mãos.

Depois existe ainda a expectativa de usar um site pela primeira vez. Por tudo o que li, a Ciclotek é de confiança e os seus produtos são de excelente qualidade. Mas como tudo na Internet, vale o que vale até termos a nossa própria experiência.

Agora resta-me continuar a olhar para o tracking... E esperar que chegue :)

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

O ataque do Fantasma - O inevitável aconteceu


8:30 da manhã, hora habitual da passeata semanal com o grupo do costume. Encontramo-nos em minha casa e seguimos até à serra de Sintra para o offroad.
Estava uma bela manhã, pouco vento e o sol a brilhar...

"E se fossemos em direcção ao lado oeste, para fazermos novos trilhos? Depois apanhamos a estrada e praticamos essa parte também já que vamos a Peniche daqui a dois meses".

Todos concordaram e prosseguimos por terra, sempre a subir, como é sempre a primeira hora e meia.
Como sabíamos o sentido que teríamos de tomar, fomos seguindo trilhos nessa direcção, a maior parte deles onde nunca tínhamos passado...

" Por mim seguimos por aqui. Este caminho decerto que vai descer todo o vale e vai dar à Malveira" - disse o Pai, sempre "confiançudo" no seu sentido de orientação.
"Single track potente! Sigaaaaa!" disse eu, feliz por estar a passar em locais novos.

Sim, estava contente com o aspecto do trilho e decerto que seria exigente. O pouco que conseguia ver para a frente era promissor (a vegetação ia ficar densa passado 50 metros).
Ao começar a descer, eu vinha em ultimo, começo a ouvir os avisos de que vinha à frente, porque o caminho piorava drasticamente e ia ficar mais estreito. Para além de ser um single, a vegetação à volta era igualmente estreita...

O M.S. disse que eu e o meu Pai éramos loucos, que ia parar e seguiria a pé. Realmente o trilho estava rapidamente a tornar-se em DH. Lá arranjou um local em que se podia encostar para eu poder passar por ele.
As condições pioravam a cada metro, com mais rocha, vegetação mais densa e piso cada vez mais escorregadio.
Prossegui mais uns metros, quase sempre de roda traseira bloqueada e a controlar a velocidade com o travão frontal. Nestas circunstâncias, diz a teoria, que é assim que o temos de fazer.
"Ah... Está aqui uma árvore caída... Temos de passar por cima".
Nesta fase digamos que estávamos literalmente no meio do mato... Fizemos um cordão para passar as bikes comigo em cima da árvore e mais um de cada lado para a passar para mim e a receber do lado seguinte.

A galhofa estava em grande, mesmo depois de já estarmos bem arranhados das silvas que pretendiam agarrar-se a nós a cada centímetro que percorríamos...

Seguimos viagem, com o trilho cada vez em piores condições... Até que aconteceu o inevitável...

Numa descida mais íngreme, o nível de aderência era precário. A roda traseira completamente atravessada no trilho, mas controlada... Até que na curva seguinte surge uma pedra (leia-se grande) escondida e pronta para fazer o seu trabalho. Todo de lado a curvar para a esquerda, a minha roda da frente bate na rocha e eu perco o controlo... Ainda fui com o pé direito ao chão assim que ela endireitou mas a parte direita do trilho tinha um desnível para um riacho, dois metros abaixo...
Como o pé nada atingiu, lá fui eu desamparadíssimo para o chão, levando toda uma parede de silvas comigo. A Mão e braço direito foram à frente para amortecer a queda mas, tal como para o pé, o desnível fez com que fosse de "lombo" ao chão, totalmente desamparado. 
O que me parou, infelizmente, foi uma rocha que atingi mesmo com as costelas direitas... Posso dizer que a dor foi bem violenta e que o choque foi brutal!

O M.S. que vinha atrás de mim com a bike pela mão assistiu a tudo e gozou logo no momento! Até eu soltar um uivo de dor por me ter tentado mexer e a sentir as silvas a rasgarem-me a pele das pernas e dos braços.
Ficou logo preocupado porque tinha sido mais grave do que parecia. Todo o meu peito doía horrores e fiquei ali deitado um minuto antes de me voltar a mexer. Conseguia respirar bem, com algum desconforto mas podia fazê-lo... Ao levantar-me iria perceber se era ou não grave...
Pus-me a pé, com orgulho ferido da queda e com as costelas inteiras. A risota começou novamente e 20 asneiras depois vi que estava apto para prosseguir.
O trilho continuou por mais um km, com progressão lenta dado o estado hardcore em que se encontrava.

Uns quilómetros à frente, quando paramos para recarregar baterias e repor os níveis de água, verificamos se estava identificado no Strava. Nem vê-lo! Era o trilho fantasma, nome com o qual ficará conhecido daqui para a frente.



No final do percurso estava moído, dorido e a precisar de dar uma valente limpeza na Trailrock. Embora o tempo estivesse bom, dado que grande parte dos trilhos eram cerrados, não estão ainda livres de água e lama deixadas pelas chuvas fortes da semana anterior...
No dia seguinte, segunda-feira e altura de ir para o trabalho, escrevo este post, com bastantes dores, principalmente de orgulho mas também físicas. A queda foi feia e vou ficar com mazelas durante o resto da semana.
A noite foi má, não tinha posição para estar mas o Voltaren pomada e uns pensos para lesões que tinha em casa ajudaram.

Mas isto faz parte e apenas acontece a quem se mete lá no meio. Voltaria a fazer tudo de novo! E como parar é morrer, esta manhã, 24h depois, pus-me na bike e pedalei para a estação.
Foi mais um susto que outra coisa. Estarei atento aos próximos dias para ver a evolução mas quase de certeza que não será nada grave :)

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

O kit eletrico


Uma das coisas que falei aqui muitas vezes mas que nunca detalhei são os kits eletricos...
Mas afinal o que é isso e o quê que o compõe?
Existem milhares de sites com essa informação. Devo inclusivé dizer que encontrar informação correta e fidedigna sobre o assunto não é fácil dado que cada um dá a sua senteça... Este post será mais um deles, com aquilo que aprendi até agora entre pesquisa, pesquisa e mais pesquisa, alguma experiencia com gadgets e por saber o básico de mecânica e eletrónica (isto de ser engenheiro dá jeito para alguma coisa).
Os componentes básicos são:
Motor - Existem de diversos tipos, potências, aplicações e formatos de venda. No fundo resumem-se a duas categorias:
Mid Drive e Hub Drive. Enquanto que o primeiro é obrigatóriamente um PAS (Pedal Assisted System), os Hub drives poderão não ser. A grande diferença entre eles é que um está ligado à corrente e apenas funciona quando pedalamos, o segundo pode ser accionado independentemente de estarmos ou não a pedalar por "ser o veio" de uma das rodas.
No meu caso, optei por um Hub Drive (front) pela simplicidade e preço.

Bateria - Componente mais caro de todo sistema. Representa entre 50% a 60% do valor total do kit. Para piorar, é um componente que tem um número limitado de ciclos de carga, que definirão o seu tempo útil de vida. Adicionalmente, o "mesmo modelo" pode ter diferentes capacidades de armazenamento (leia-se autonomia). Além disto tudo, ainda variam em voltagem, para se enquadrarem com as diferentes potências dos motores.
Controlador - Distribuidor e "cérebro" de todo sistema. É este que faz a gestão de todos os componentes, lendo os inputs dos periféricos e transformando-os em informação para a bateria e motor. Estes existem em diversos modelos mas o que os distingue é a sua amperagem. Quantos mais amperes, maior o seu output a nível de potência. Mas claro que a nível teórico e dentro de determinados intervalos. O que pretendo dizer com isto é que de nada serve ter um controlador de 20A quando a nossa bateria tem 24 volts. É necessário que exista equilíbrio entre os componentes. Por essa razão, a compra de kits faz todo o sentido, por serem peças testadas em conjunto e que garantidamente vão funcionar bem.
Com estes três anteriores e um dos dois seguintes, podem ter uma e-bike totalmente funcional:
Sensor P.A.S. - Pedal Assisted System. Este pequeno sensor, colocado no eixo pedaleiro, verifica a rotação que estamos a aplicar à bicicleta e ativa a assistência eletrica em função disto. No meu caso, embora seja fornecido com o kit, não o vou instalar porque pretendo ter a possibilidade de acelerar sem pedalar.
Acelerador - Também opcional ou para utilização em conjunto com o anterior. Aqui existem muitas escolhas, desde o punho completo até ao de polegar (minha escolha). Pretendia um acelerador o mais pequeno possível, mas que me desse controlo absoluto de quando quero ou não assistência do motor.
Componentes opcionais:
Display de controlo - Desde o básico com um botão on/off ao complexo sistema integrado sem fios. Tudo depende do que estejam dispostos a pagar e que faça sentido para o uso qur vai ter. Eu optei por uma solução intermédia, que me permita ter acesso a alguns dados telemétricos mas que também seja um velocimetro. Nunca pus um na Utopia precisamente porque não queria ter mil componentes no volante, principalmente redundantes.
Manetes travão corta-sinal - Na loja onde adquiri o meu kit, antigamente estavam incluidas a custo zero. Agora são pagas. Servem para cortar a alimentação do motor assim que são premidas. Uma solução de segurança interessante mas não necessária para a minha utilização. Se pensarmos nisso, tanto num carro como numa mota nada nos proíbe de travarmos e acelerarmos ao mesmo tempo. Simplesmente não o fazemos porque não faz sentido. Se preciso de travar, largo o acelerador.
E esta é a teoria... Muito mais se poderia dizer sobre cada um deles mas como ainda não tenho o meu, posso apenas falar do que leio. Daqui a muito (pouco) tempo, vou ter o meu :)

As novas peças para a versão 0.4


Ao longo do processo de desmontar a Utopia, identifiquei quais as melhorias a fazer e se estavam enquadradas com o comportamento que vinha a ter.
O resultado foi muito virado para a parte da transmissão que ainda era de origem e que necessitava de substituição:


Este foi o conjunto de peças que adquiri, todas na Decathlon.

Pedaleira tripla BTT - Ainda de origem, a pedaleira que tinha, para além do desgaste óbvio do uso que já teve, estava empenada, o que piorou da última vez que a tirei (à martelada). Além destas razões, no total esta é mais leve e possui mais dentes na terceira engrenagem, o que será útil na versão 1.0 (eléctrica). Ainda olhei para as de estrada, por terem mais dentes mas achei que não se justificava, pelo menos para agora, antes de ver o comportamento com assistência eléctrica. LINK

Extractor Pedaleira - Embora não seja uma peça propriamente dita, é uma ferramenta muito útil e que ainda não tinha. Trata-se de um extractor da pedaleira, mais conhecido como "saca". Não é mais do que um parafuso dentro de outro que força que o veio se solte.
Durante a desmontagem tentei usa-lo na pedaleira antiga mas não resultou... A rosca está tão gasta e velha que o saca não consegue entrar. Lá terá dr sair uma ultima vez "à pancada". LINK

Elos de ligação corrente - Seja por ser um "cêpo" ou porque simplesmente é assim, sempre que tiro a corrente tenho de acrescentar um elo de ligação. Depois de ter tentado incessantemente reutilizar estes elos para abrir e fecha-la sem sucesso, desisti. Se tenho de abrir a corrente, meto um elo novo para tomar o lugar daquele que foi aberto. LINK

Desviador frontal 3V - Ainda de origem, este era dos componentes mais mal tratados que a Utopia ainda possuía. Por opção devido a budget vs. prioridade, este componente ainda não tinha sido substituído. O seu estado apontava claramente para "cansaço" e gritava por reforma. Dado que as voltas em cidade, para os trajectos que faço, não envolvem grandes diferenciais de mudanças, porque são quase todos a direito. Agora que pretendo ter os componentes elétricos, andarei quase sempre em terceira à frente, pelo que não necessitaria de o substituir... Ou precisava?
Pensemos que fico sem bateria antes de chegar ao meu destino... E que tenho uma subida pela frente... Como a bateria e o motor juntos pesam perto de 6kg (pelo que li), estamos a falar de esforço adicional. Ora fazer isto sem o auxílio de reduções daria aso a levar a Utopia à mão. Além disso, esta fase será bastante "estética" e componentes mais velhos "estragariam o look" :) LINK

Ponteiras para bichas - Na montagem inicial da Utopia, uma das coisas que ficaram em falta foram terminais para todos os revestimentos de cabos. Voltando um bocado atrás no tempo, uma das coisas que tinha definido é que queria proteger ao máximo todos os cabos por meio de bichas. Este é um dos detalhes que sempre me fez extrema confusão na montagem de origem da maioria das bicicletas. Uma grande parte dos cabos está exposta aos elementos, degradando-os muito rápido, principalmente quando a bicicleta é utilizada debaixo de chuva ou ambientes muito húmidos. Por isto, na altura, comprei um kit que trazia os cabos e respectivas protecções. Mas como nas montagens "normais" nem todos os segmentos têm protecção, não existe a necessidade de ter muitos terminais. Ficaram uns quantos em falta que não cheguei a comprar. Como está toda desmontada, achei que era o momento. Além disso, como indiquei, nesta fase, a vertente estética está em destaque. LINK


Caixa de direcção - Não porque estivesse inutilizável mas sim por uma oportunidade a nível de preço, comprei também uma caixa de direção. Ainda estou por confirmar se o modelo adquirido é compatível com a Utopia.
E porquê nova? Simplesmente porque a consegui por 3€ e a que tenho está com uma valente amolgadela e com os rolamentos bem velhos... A confirmar-se a sua utilização, comprei por 3€ algo que custava 15€ :D
Mais uma vez, a nível estético (e funcional) tenho uma nova solução. LINK


Na secção seguinte, indico as peças que embora não sejam novas (compradas para este fim) serão colocadas na Utopia como parte integrante da versão 0.4.

Farol Frontal - Uma das coisas que a Pikena me disse sobre a C20 é que esta era pesada. Ora isto não é novidade para uma bicicleta daquele tipo, principalmente quando possui cesto frontal e porta-bagagens traseiro. Existem n acessórios estéticos que quando combinados contribuem em mais dois ou três quilos em cima de um quadro já pesado por si.
Tendo isto em conta e sabendo que ela não irá andar durante a noite, perguntei-lhe se queria que lhe removesse as luzes. No total, pesam umas boas 400g e dão jeito para a Utopia. Como se não fosse razão suficiente, como o farol está por baixo do cesto, ao andar, apresenta um comportamento estroboscópico (conversa de DJ para uma luz que pisca).
Este componente é meramente estético dado que o seu led não é muito forte. Serve como uma boa luz de presença mas não para iluminar o caminho. O único senão deste componente é o facto de ser a pilhas e não é recarregável. Quando a carga acabar, irei colocar-lhe pilhas recarregáveis (tenho de manter a Utopia amiga do ambiente :) ).



Farol Traseiro - Também da C20, esta luz irá ser mais útil do que estética. Embora seja um farolim interessante a nível de design, possui três leds vermelhos que indicam de forma muito eficiente a minha presença durante a noite. Tal como o farol frontal, é alimentado por meio de pilhas que serão substituídas para recarregáveis quando a carga inicial terminar.

Suspensão frontal - No post A antiga bicicleta da Pikena indiquei que o único componente que foi aproveitado era a suspensão frontal. No momento de escrita deste post, ainda me encontro em fase de recuperação desta peça. Estou ainda por saber se irei conseguir ou não que funcione.
Sei que a usar, terá dois impactos negativos na Utopia:
  • A nível de design, afastar-se-á de uma bicicleta clássica. A troca entre um garfo rígido por uma suspensão BTT muda drasticamente o aspecto da frente da bicicleta.
  • Peso acrescido. Qualquer pessoa que tenha andado de BTT sabe que 2 terços do peso estão na parte frontal devido à suspensão. Se eu já considero a Utopia pesada, com este add-on, será pior ainda
Mas claro que tem vantagens óbvias!
  • O conforto. As repetidas passagens pelos empedrados de Lisboa têm o seu peso nas minhas costas e braços.
  • Impactos no motor frontal. Como optei por um motor na roda da frente, todo e qualquer impacto que a roda levar, irá afectar o motor. Para além da parte mecânica, existe também a parte dos furos. A jante que terá o motor não está preparada para ter um saca. Nem deve! Mais uma razão para apostar na suspensão.
Este será quase que um projecto por si só. Sou totalmente leigo no que toca a manutenção e recuperação de suspensões. Não faço ideia se irá funcionar bem e/ou se é viável. Com o tempo e trabalho realizado, irei partilhando as conclusões. Por ser um work in progress, ainda não vou partilhar imagens sobre ela...

terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

Uma visita de um velho (e inconveniente) amigo


Prior Velho... Um local que conhecia apenas de nome... Sabia que era uma das zonas que via quando olhava pela janela ao levantar voo na Portela. Mas nunca cá tinha vindo...
Desde dia 1 de Fevereiro que mudei de escritório e vim para esta zona. Desde essa altura que a Utopia foi descansar (desmontada) e que será (algures no tempo) recuperada e atualizada para a versão 0.4.

E o quê que tudo isto tem a ver com visitas inesperadas? Vamos por partes..

Lembram-se do problema no carro e os atrasos sucessivos no arranjo, incluindo um motor novo? Era bom que tivesse ficado resolvido... Na verdade até ficou mas um mal nunca vem só... É que o Murphy andou comigo na escola e gosta de me visitar de tempos a tempos. Não que tenha mal ser agradado com visitas inesperadas de velhos conhecidos que estiveram connosco nos piores momentos. Mau é quando sabemos que essas visitas significam problemas...

Se o motor ficou ok, agora é a admissão de ar. Pelo menos é o que eu acho (todo eu sou skill em mecânica de carros - NOT) e que provavelmente não faço ideia.
Posto isto, novo agendamento com a oficina, novo pedido de reboque para o transportar e novos custos não previstos a assombrarem os planos que tinha.

As consequências são imediatas! A Pikena volta a ir de transportes para o trabalho, eu tenho de atrasar o desenvolvimento da Utopia e tenho de voltar a ter passe pelo menos durante um mês.
Isto até que não me chatearia muito se estivesse a trabalhar no Oriente. Um mês de metro não era assim tão mau, depois de o ter feito por mais de quatro anos (menos o tempo que estive em Angola)... Estamos a falar do Prior Velho, já no concelho de Loures, onde não há metro e poucas alternativas de autocarro... Era a confirmação que pelo menos durante um mês tinha de fazer o trajeto integral do 781! Cais do Sodré <-> Prior Velho! Em dias bons, estou a referir-me a uns infernais 40 min num autocarro! Não me interpretem mal, sou totalmente adepto da sua existência mas depois de andarmos diariamente de bicicleta para o trabalho, todas as viagens em transportes públicos nos parecem "apertadas". E o pior é que em 2 semanas já tive três incidentes, totalmente distintos! Um dos dias o autocarro estava tão cheio que as pessoas não conseguiam entrar (muito menos fazer o trajeto em segurança), no outro ficamos sem porta frontal e o percurso terminou no Terreiro do Paço (tive de ir de taxi depois do atraso enorme que ja havia) e por ultimo (o que está a ocorrer enquanto escrevo isto), simplesmente vamos parar em St. Apolónia só porque sim... "Então e porque?" perguntei eu por não estar habituado a estes procedimentos... "É o que diz lá fora não é?" Foi a resposta que tive do motorista, com uma entoação de "Todos me devem e ninguém me paga!" Afinal de contas a questão é totalmente fora do âmbito do seu trabalho. São pagos apenas para nos levarem do ponto A ao ponto B, por um percurso pré-definido...
Não consegui responder... Não por me ter acanhado ou porque compreendi mas simplesmente por ter ficado chocado... Mas tudo bem, o senhor devia estar a ter um dia mau e não ia piora-lo. Reduzi-me à minha insignificância e fui para um lugar bem no fundo do autocarro para escrever isto no telemóvel, enquanto ouço a minha dose diária de synths, linhas de baixo e kicks ("ai musica, o que seria de mim se não fosses tu...")


Depois de tanto texto, ainda apenas estou no Braço de Prata...

Onde é que eu ia?! Ah! O Murphy! Esse grande maluco!

Estamos em Fevereiro... E tenho a noção que o tempo é suposto ser frio, chuvoso, etc. É Inverno, normal! Mas sinceramente... Já que não posso comprar o kit eléctrico até saber o valor do estrago (leia-se o que vou pagar na oficina), ao menos que possa avançar com a pintura da Utopia, com a limpeza do resto das peças e essas coisas que me ajudam a descomprimir... Mas não... "Bota mais chuva pa cima porque as formigas têm de se ir abrigar para o armário dispensa lá de casa... Mas olha... Com cumprimentos do Murphy!"

E cheguei a St. Apolónia... que trocar de autocarro e prosseguir com o trajeto, 10 min depois, após um atraso de 20 min no arranque do Prior Velho...

As formigas, minhas vizinhas do jardim, são umas porreiraças! São limpinhas, cumprem com as tarefas de comer as migalhas quando as sacudo da toalha para o jardim e vivemos em harmonia. Mas nesta altura do ano fritam a pipoca e lá tenho eu de me chatear, limpar os armários e enche-los de pesticida. Lindo e maravilhoso!

Mais de duas horas depois, lá consegui chegar a casa e concluiria o post na manhã seguinte...

Ficamos por aqui? Ainda não porque ao chegar a casa havia mais uma... Acabei por escrever quando fui para a cama - sempre a trocar os planos - enquanto a Pikena dormia e eu estava com o portátil no colo... Não podia esperar para publicar isto :)

"Mooooor... Estamos sem gás... Como fazemos amanhã para tomar banho?" Lá fui eu verificar se tínhamos alguma botija de reserva... Estava lá pimpona e reluzente à minha espera, aguardando impacientemente para a ligar...?

... preciso mesmo de responder ou já perceberam?

Lá fui eu, aceitando que o dito cujo Murphy tinha decidido passar o dia comigo, e que ia continuar a acompanhar-me durante a noite também, como aquele amigo incómodo que não sai da vossa casa depois de ter bebido demais, que fica chato e não percebe que são 3 da manhã de uma quarta-feira, quando têm de estar a pé passado 4 horas porque trabalham cedo...

Chegado à bomba de gasolina, depois de já ter aceite que não ia fazer nada do que tinha planeado, diz-me a senhora "Estamos em fase de jantares. Estou sozinha e tenho de esperar pelo meu colega para abrir os cadeados das botijas... Ele chega daqui a 15 minutos..." Nem disse nada, sorri e disse que esperaria esse tempo, como quem já estava a adivinhar que algo assim ia ocorrer...

Resumindo e baralhando, que isto já vai longo... Irão haver atrasos, passarei um mês inteiro a stressar com autocarros e a ver a Utopia esventrada sem poder fazer nada... Resta-me levar as coisas "numa boa" e pensar que a Primavera vem aí... E com ela as passeatas sem luzes, casacos ou impermeáveis... Melhores tempos virão... Até o velho (e inconveniente) amigo decidir voltar a fazer uma visita..

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

Manutenção Utopia


Com uns quilómetros valentes em cima, depois da troca de escritório e do meu objectivo de finalizar a Utopia 1.0, iniciei a manutenção. Desta vez quero fazer algo mais do que dar uma limpeza superficial e lubrificar a corrente.
Adicionalmente, tinha pensado que até conseguir comprar o kit eléctrico iria "por a bike no estaleiro" para tratar dela decentemente.
Embora não tenha pedalado em Lisboa desde a ida para o Prior Velho, a Trailrock tomou o lugar da Utopia nas deslocações até à estação, porque tenho de ter uma forma de lá chegar.

Com as chuvas que se fizeram sentir em Janeiro e com a falta de tempo que tenho tido, a Utopia ficou num estado impróprio para consumo! Suja, a precisar de lubrificação, suja, a ranger por todo o lado e mesmo muito suja!

O plano passa pelas seguintes intervenções:

Utopia 0.4
  • Desmontagem completa de todos os componentes
  • Limpeza de todos os componentes mecânicos com produtos adequados
  • Limpeza de todos os componentes não mecânicos, com especial atenção às jantes (os travões estão a chiar muito devido à sujidade acumulada)
  • Inventario do que necessita de substituição
  • Nova pintura do quadro e componentes estruturais (devo manter as cores anteriores)
  • Montagem após pintura
  • Afinações
  • Test drive

Utopia 1.0
  • Esperar pela melhor altura para comprar o kit eletrico (budget problems devido a uma nova avaria no carro)
  • Comprar o motor eléctrico (entrega em dois dias por vir de Espanha)
  • Montar o sistema eléctrico
  • Test drive

Como as fases são bastantes e o tempo está sempre contra mim, ficam algumas imagens do estado em que ela estava quando a comecei a desmontar:













Como entre o fim de semana e o Carnaval tive um dia de férias e a Pikena não, aproveitei algum do tempo para começar o longo trabalho que me esperava. Alguns dos resultados preliminares:









Para os componentes mecânicos, não usei petróleo (o que uso normalmente) mas sim um desengordurante potente. A conselho de um mecânico de carros, uma das melhores coisas que existe para limpar componentes com óleo é Mistolin (desengordurante do cozinhas). Experimentei e fiquei muito satisfeito com o resultado. Apenas têm de ter em atenção os seguintes detalhes:

  • Muito agressivo para as mãos! Usem luvas! Eu não o fiz e tenho a pele das mãos toda seca e a cair!
  • Pode queimar a pintura do vosso quadro! Caso apliquem nessa zona, não deixem secar e passem por água corrente. O mesmo se aplica a borrachas. Por esta razão apenas uso para componentes de metal da transmissão.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

Objetivos 2016


Já os devia ter exposto... Mas sinceramente, nunca mais me lembrei :/
Com um mês de atraso, publico aqueles que são os meus objetivos para 2016, relativamente às duas rodas. Já tinha pensado neles com muita atrnçào ao longo de 2015 e como atingi todos os que me tinha proposto para o ano anterior, há que me superar a mim próprio!

Fazer 3000km ao longo do ano
O objetivo de 2015 eram 1200. Aqui proponho-me a fazer mais do dobro.

Fazer uma volta de mais de 100km num dia
O plano foi falado há muito tempo e agora começamos a tratar dos detalhes. Se tudo correr bem, em Maio, irei até Peniche a pedalar.

Utopia 1.0
Se já era um dos meus objetivos, com as ultimas alterações geográficas do meu trabalho, este objetivo terá mesmo de ser cumprido. O mais rápido possível!

São apenas três mas todos ambiciosos. Espero estar à altura porque uma vez publicados, são para levar até ao fim!

terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

Stats de Janeiro 2016


"Novo ano, vida nova". Pelo menos é isso que se costuma dizer. No meu caso, o novo ano não trouxe grandes novidades excepto muito trabalho. O reflexo na minha performance foi notório, com bastantes idas para o trabalho de metro. Bastantes foram os dias em que a Utopia ficou no escritório por ter de trabalhar pelo caminho entre casa e escritório.


Mês anterior:
Tempo: 8h32m
Distância: 122,4Km
Ganho de altitude: 1418m
Número de voltas: 13


Janeiro 2016:
Tempo: 14h32m
Distância: 233,3Km
Ganho de altitude: 1833m
Número de voltas: 36


Total 2016:
Tempo: 14h32m
Distância: 233,3Km
Ganho de altitude: 1833m
Número de voltas: 36


Acumulado:
Tempo: 127h09m
Distância: 2103,3Km
Ganho de altitude: 18907m
Número de voltas: 362



Embora este mês tenha feito um valor mais baixo do que costumo dadas as informações dadas anteriormente, acredito que em Fevereiro faça menos ainda. A troca de escritório veio atrasar as coisas por um lado mas acelerar por outro. Vamos ver se corre como pretendo...