segunda-feira, 29 de junho de 2015

Já me andava a controlar há demasiado tempo... Hoje é o dia!


Vamos lá por aqui um pouco de revolta, temperada com indignação e uma pitada de irritação...
Se há coisa que me deixa fora de mim são as greves de transportes. Principalmente do Metro de Lisboa.
Antes que possa ser acusado de estar contra os direitos dos trabalhadores, ou que sou um insensível ou o que quiserem achar, digo o seguinte para os senhores do ML, sem qualquer tipo de filtro (as minhas desculpas pelo mau Português):

Vão todos para a MERDA!

Sim, merda em maiúsculas porque mereciam que fossem nadar numa piscina dela, bem grande e profunda, para se afogarem lá!
Agora sim, já estão no vosso direito de dizer que sou uma besta. Agora têm razões para isso.

Ok, já me acalmei... E porquê que falo disto? Vamos voltar um pouco atrás no tempo...
Nem sempre andei de bike em Lisboa. Isto é novo para mim. Antes, por muitas vezes, fui obrigado a trocar o meu trajecto habitual de transportes (CP + Metro) por alternativas menos decentes. Quando não havia metro, tinha de pagar um bilhete único de autocarro, apanhar o belo do 728 e seguir em modo lata de sardinhas do Cais do Sodré até ao Oriente.
O caso pior são as greves da CP. Nestas, transportes não eram uma possibilidade porque não existe nenhuma alternativa de Cascais para Lisboa, ou no sentido inverso. Lá tinha eu de sair de casa as 7:00 para bater o trânsito que aumenta drasticamente. Afinal de contas, sou apenas um dos milhares de utentes da linha de Cascais.

Nas actuais greves da CP, continuo sem grandes hipóteses... Fazer mais ou menos 40 km de casa ao trabalho mais 40 de volta numa bicicleta, ainda é puxado demais para o meu nível de skill (quem sabe um dia...). O carro continua a ser a única hipótese.
Quanto às greves de Metro, o caso muda de figura. Desde que comecei a pedalar, não sei o que é o efeito calor humano de um autocarro. Trago simplesmente a Torah comigo no comboio como faria em qualquer outro dia que a Pikena tivesse de ir para a faculdade.

"Mas se assim é porquê que estás tão chateado com a greve?!", perguntam vocês com todo o vosso direito e lógica.
A razão é bastante simples. Na verdade não é uma mas VÁRIAS razões:

  • Eu pago por um serviço. Esse serviço tem algumas condições. Uma delas é a utilização ilimitada dos transportes da linha de Cascais da CP e outra é a utilização ilimitada dos transportes da coroa L da linha de Metro.
  • Não é lá muito simpático ter de remarcar alguma coisa ou deixar de transportar algum objecto maior porque há greve e não o conseguir transportar na Torah.
  • A greve é um direito e sou totalmente a favor. Mas o que é um direito, quando banalizado da forma vergonhosa que se está a fazer com o ML, deixa de ser direito e passa a ser "gostar de não fazer nada" ou o simples - lá vai sair asneirada novamente - "foder o utente". Estamos a falar de uma greve por semana!

No meio disto tudo, há ainda algo que me choca mais. Este episódio aconteceu à minha frente, da ultima vez que usei o 728 em dia de greve:
Com a prática das greves, deixei de apanhar o 728 no Cais do Sodré mas sim em Alcântara. Como chegou a acontecer comigo - e com muitos utentes - por não conseguir entrar no autocarro no Cais por estar tão cheio, passei a fazê-lo umas paragens antes, onde o comboio também pára.
Certo dia, ia eu em modo ZIP (ou RAR) junto à porta de saída do bus, metade das pessoas não conseguiram entrar no Cais (já estava tudo cheio). O mesmo continuou durante umas boas paragens, em que o motorista nem abria a porta da frente. Apenas parava para que saíssem pessoas.
Penso que estávamos na zona de Xabregas quando numa paragem estava um senhor de alguma idade de cadeira de rodas. Perguntou ao motorista se dava para entrar, ao qual obteve a resposta "Por questões de segurança, não é possível uma vez que o autocarro está muito cheio". O senhor, conformado, respondeu: "É o quinto que passa onde não consigo entrar. Siga lá que hei de ter mais sorte no próximo".

Estas são as coisas que me fazem ficar fora de mim! Eu, como tantos outros, estamos a "tirar o lugar" a pessoas que fazem aquele trajeto diariamente. Claro que nem eu nem ou outros temos culpa. O serviço é público e acessível a todos (pelo menos deveria de ser). A culpa é única e exclusivamente dos senhores que acham que podem brincar com o trabalho e a vida de terceiros.

Mais um detalhe interessante e irónico: Na última greve, reparei nesta publicidade dos transportes de Lisboa. Não pude deixar de tirar uma foto dado o dia que era:



Sim, agora ando de bike em Lisboa. Sim, agora as greves "não me afetam" (no fundo afetam sempre), sim agora não estou a ocupar lugares no 728. Mas não é por isso que a indignação desaparece...

Uma coisa é certa... Nestes dias, o "trânsito" na ciclovia entre o Cais e o Oriente, aumenta bastante... Parece que não sou o único...

quinta-feira, 25 de junho de 2015

A competição saudável


Desde os primórdios da raça humana (se formos sinceros em qualquer raça), a competição é algo que está na nossa forma mais primitiva. Faz parte do processo evolutivo!
  • Várias árvores competem entre si para serem mais altas para terem acesso à luz do sol. Vê-se o mesmo por acesso à água...
  • A maioria das espécies animais lutam para proliferar os seus genes (obter a melhor ou o maior número de fêmeas).
  • Os humanos fazem-no por ambição ou simplesmente por desporto.

No entanto não estou aqui para explicar nenhuma destas razões ou os seus problemas. Todos nós sabemos os efeitos nefastos de competição, aos mais variados níveis, na sociedade moderna. Poderia por-me a dissertar sobre o assunto (interessa-me bastante) mas isso seria offtopic.
A competição, quando usada correctamente, pode (e deve) trazer consequências positivas. E é destas que pretendo escrever.

Vamos então recuar um pouco no tempo...
O grande impulsionador deste blog, como indiquei no primeiro e derradeiro post, foi o meu colega de trabalho P.C.. Como desportista nato e efeito viral que falei também, conseguiu convencer-me - ou mais precisamente convencer que eu me convencesse - a por a bike no meu dia-a-dia como forma de mobilidade urbana. 
Os dias, semanas e meses foram passando. Todos os dias, de uma forma ou de outra, falamos em pedaladas, bikes, upgrades, legislação de trânsito, etc e tal (os nossos outros colegas decerto que nos acham uma grande seca).

Uma das coisas que defini comigo mesmo, eram os objectivos a atingir até ao fim de 2015:
  • Fazer 1200 km a pedalar
  • Fazer mais km do que ele

Ora aqui está... A competição apareceu de forma natural e inocente mas estava lá. Lembro-me de ele dizer duas coisas:
  • 1200 km é ambicioso
  • Não sei se consegues passar-me em km

No inicio, quando comecei a pedalar, ele ia mais ou menos com 350 km, marcados desde o inicio do ano.

De volta ao tempo actual:
Dia 18 de Junho de 2015, atingi - muito mais rápido do que imaginava - um dos objectivos! Passei para a frente em número de quilómetros totais. Fiz questão de deixar esse facto para o meu dia da curiosidade (algo que eu e a minha equipa no trabalho fazemos todos os dias. Um de nós é responsável por partilhar com o resto da equipa um facto interessante).


A reacção foi priceless! Não queria acreditar, sentia-se "ultrajado". Eu, para piorar, gozei com a situação e indiquei que era uma vergonha para ele ficar atrás, principalmente em tão pouco tempo.
Claro que a reacção veio logo! "Quando vais de férias? Quando é que vais deixar de vir para o trabalho para ultrapassar esses quilómetros?"


É evidente que ambos estamos na brincadeira e nada para além de ouvirmos o gozo do resto da equipa está em jogo. A ideia é, e sempre foi, puxarmos um pelo outro.

E aqui está a competição a ser usada no seu modo mais eficiente! Nada está em disputa a não ser a nossa vontade de nos superarmos porque no fundo, mais do que "ficarmos à frente", queremos que cada um de nós dê o seu máximo e que chegue o mais longe possível.

Para provar que não estou a fazer batotas, a partir de Junho, vou por duas informações adicionais nas stats: Número de km para atingir os 1200 e o diferencial de km entre mim e o P.C.


It's on!!


P.S.: Criei este post a pedido de "algumas famílias". Disseram para fazê-lo no Facebook mas achei que era bem mais interessante pô-lo aqui. É certo que não dá para "taggar" as pessoas em causa mas decerto que quando lerem isto, saberão que me estou a referir a elas :)

Milestone


Quarta-Feira, dia 24 de Junho, atingi o que para mim era um enorme milestone nas minhas pedaladas...
O dia começou como qualquer outro em que levava a Torah para Lisboa. Preparei a mala com os adicionais necessários, confirmei que tinha água suficiente te, etc. Ao chegar ao trabalho, ao preparar-me para a quase diária "picardia" que tenho com o P.C., reparei que estava quase la... Vi quantos faltavam e ao fazer as contas, chegar a casa no final do dia deveria ser o suficiente.
No fim do dia, quando cheguei a casa, confirmei o que estava à espera. Tinha acabado nesta altura de completar 500km!

Retirado do meu perfil do Strava

Ok, para um ciclista que mereça ter este estatuto, 500 km não são nada. Basicamente fazem isto em cerca de 10 pedaladas. Mas eu não sou (ainda) digno desse nome. Entre idas para o trabalho e pedaladas pela serra, sendo eu um curioso nisto, acho que devo ficar orgulhoso!
E com isto, fica a ideia: Venham mais 500!

sexta-feira, 19 de junho de 2015

Ride to work


Dadas as férias da semana passada e dias em que fui "obrigado a levar o carro" para o emprego (vida de consultor tem destas coisas), há cerca de duas semanas que não ia com a Torah para o trabalho.

Como hoje é dia da Pikena ir para a universidade, aproveitei o bom tempo anunciado para queimar mais umas calorias e principalmente para desanuviar a cabeça do stress em que tenho andado por causa do trabalho.


7:30, estou eu a por a bike no comboio da linha de Cascais... Aproveito o tempo de viagem para escrever este post e para pensar um pouco naquilo que foram as minhas contas iniciais quando me meti nisto...

No post A bike propriamente dita - Apresentação da Torah!, tinha mostrado estas contas:

Total por dia - 4Km (para os dias em que a iria usar)
Total por semana - 8Km
Total por mês - 32Km
Total por ano - 320Km (supondo que há um mês de férias e alguns dias em que "não apetece")


Nesta altura, supondo que faço pelo menos um dia de semana para Lisboa e uma volta ao fim de semana (mais ou menos), as contas ficam um pouco diferentes:

Total por dia - 22Km (para os dias em que a iria usar em Lisboa)
Total por fim de semana - 25Km ( é mais ou menos isto que costumamos fazer)
Total por semana - 47 Km
Total por mês - 188Km
Total por ano - 940Km (supondo que há um mês de férias e alguns dias em que "não apetece". A conta foi feita com 5 meses, de Julho para a frente)


Com a alteração dos meus hábitos, comparando o que previ no inicio para o que faço agora, num dia faço quase tanto como pensava que ia fazer num mês!


segunda-feira, 15 de junho de 2015

Porque o verão está a chegar, altura dos verdes


E porque o Verão está aí quase à porta, chega aquela fantástica altura do ano em que dá a vontade de beber um belo verde, à sombra de um chapéu colocado a meio do jardim, com uma mesa por baixo, acompanhado da família e dos amigos, que nos acompanham num repasto de peixe grelhado...

Felizmente, este é um cenário ao qual fui habituado desde criança (sem o vinho é claro) e que passado 28 primaveras, continua a ser uma das minhas formas favoritas de passar uma tarde de Domingo.

Como sou o responsável por trazer os vinhos para esses encontros, fui avisado pelo meu conselheiro vinícola, melhor amigo, padrinho de casamento e colega de projetos musicais (não necessariamente por esta ordem), doravante identificado como M.S., a ir ao Continente aproveitar as promoções dos vinhos de Vales de Ambrães.
Quando lá cheguei, tinha a minha reserva de uma caixa de 6 à minha espera (duas de cada), que ele fez o favor de guardar para mim.

Dos vinhos que apresento abaixo, sei que já bebi o colheita selecionada há uns anos atrás. Não sei precisar o ano mas lembro-me que gostei. Nesta altura ainda não usava o Vivino para guardar as minhas notas. Cabeça de vento como sou, esta aplicação foi uma verdadeira revolução na minha organização de notas vinícolas :)

Vales de Ambrães - Alvarinho


Região: Minho
Ano: 2013
Tipo: Verde
Castas: Alvarinho
Preço (normal): 6,99€
Preço (promoção): 1,75€

Poupança (por garrafa): 5,24€








Vales de Ambrães - Avesso


Região: Minho
Ano: 2013
Tipo: Verde
Castas: Avesso
Preço (normal): 6,59€
Preço (promoção): 1,65€

Poupança (por garrafa): 4,94€








Vales de Ambrães - Colheita Selecionada


Região: Minho
Ano: 2013
Tipo: Verde
Castas: Avesso, Arinto e Loureiro
Preço (normal): 4,99€
Preço (promoção): 1,25€

Poupança (por garrafa): 3,74€








Fazendo contas no final, gastei 9,30€ em 6 garrafas e poupei 27,84€. Sem dúvida que é de aproveitar! Não sei é quanto tempo esta promoção irá durar...

A única coisa que me deixou um pouco triste com esta compra, foi ter reparado quando cheguei a casa que as garrafas não cabiam na garrafeira. Eu uso uma estante do IKEA aos quadrados (de um lado é a biblioteca da Pikena, do outro é onde guardo as garrafas). Pela primeira vez, tive garrafas que não cabiam... Mais uma razão para começar a pensar em arranjar outro método para guardar garrafas... Quem sabe se não será um dos meus futuros projetos... Afinal de contas, tenho a noção de que não guardo as garrafas da forma mais correta... Com tempo, algo será realizado!

domingo, 14 de junho de 2015

45K! E chuva, muita chuva...


Penso que foi mais ou menos à um mês atrás que comecei a combinar uma pedalada com mais pessoas do que o habitual. O objetivo era passarmos todo o dia pela serra até concluirmos 50 Km.
Ao longo do mês contactei todas as pessoas que poderiam estar interessadas e quando chegou a altura, com mais ou menos confirmações, éramos cinco.

No primeiro ponto de encontro, eu e o meu Pai, juntamo-nos a mais dois (um deles era o Cunhado, o outro era um amigo que nunca tinha pedalado connosco, doravante conhecido como S.S. ... )
Ainda quando aguardávamos a sua chegada, começou a cair um belo aguaceiro, que nos ameaçava e dizia "Querem mesmo prosseguir? Não seria melhor voltarem para casa para o quentinho?"
Bebemos o famoso café da praxe antes das pedaladas e seguimos rumo a Alcabideche onde nos juntaríamos ao quinto elemento que era também estreante nas nossas pedaladas (o Jack Lupin). Ele tinha-me enviado a seguinte SMS que passo a citar:

"Bom dia João!! Só para confirmar, apesar das condições metrológicas, é para seguir caminho, ou fica o passeio cancelado? Abraço"

A minha resposta foi:

"É para seguir :) Nós já tamos na Amoreira e estaremos no largo às 9:00. Se é para ser duro, é duro a sério! Ahahah Até já"

Mal sabia eu o que nos estava reservado...

Começamos a desbravar terreno em direção à serra e o tempo (embora já tivesse parado de chover) ameaçava desabar sobre nós, sem dó nem piedade, por termos ignorado os prévios avisos de tempestade que se avizinhavam... Íamos com cerca de 10 km já completados quando "all hell broke loose" sobre as nossas cabeças. Choveu, choveu, choveu e quando pensávamos que não era possível as coisas piorarem, começou a chover mais ainda...

Paramos quando nos conseguimos abrigar debaixo de uma árvore, para fazermos algumas adaptações. Voltar não era nesta altura uma hipótese porque já estávamos a mais de meio da subida e tínhamos fé de que o tempo iria melhorar. Afinal de contas, as previsões apontavam para chuva apenas no final do dia de Sábado e Domingo durante todo o dia. Era nesta altura Sábado de manhã. Não queríamos de todo cancelar algo com um mês de preparação, mesmo já estando totalmente encharcados da cabeça aos pés... Afinal de contas, como estávamos encharcados, o melhor era mesmo prosseguirmos a pedalar para nos mantermos quentes para não corrermos riscos de ficarmos doentes.
Quem tinha óculos guardou-os na mala, quem tinha mochilas decidiu por uns sacos a protege-las (tínhamos os nossos almoços lá dentro e comer pão molhado não é lá muito agradável), telemóveis e gadgets foram arrumados...

Como a chuva não dava sinais de abrandar, prosseguimos caminho, pelos trilhos de saibro que nesta altura já acusavam (e bem!) a chuva que tinha caído a montante. Os regos de água presentes na estrada tinham cada vez mais caudal e que remédio tínhamos nos em atravessá-los. Afinal de contas, molhados já estávamos e não poderia piorar mais...
Mas tínhamos uma ideia! Eu conferenciei com o meu Pai, conhecedor inato destes trilhos, que me indicou que existia uma casa abandonada uns quilómetros acima. Não tinha a certeza se teria ainda algum telhado mas que era uma possível hipótese de nos abrigarmos... Até lá, nenhum abrigo iria existir.

Esta é a altura em que posso dizer o quão estúpido fui por não ter levado o meu casaco impermeável. Como nota futura, irei sempre leva-lo a partir de agora, porque é leve e nunca sabemos quando o tempo pode mudar... Neste campo, não torno a ser enganado :)

Encontramos a casa, 3 km a frente, depois de estar sempre a subir por trilhos de cabras, sempre fustigados pela chuva que não parava de aumentar de intensidade...
Para nossa sorte, a casa, totalmente destruída pela natureza que colocou árvores e vegetação naquilo que outrora foram divisões, ainda tinha uma zona em que era possível abrigar-nos. Era uma parte da placa que outrora fora o primeiro andar, servia-nos agora de tecto sobre em tromba de água que continuava sem parar. Deixamos as bikes dentro do recinto da casa, mas à chuva, uma vez que o espaço era pequeno para nos abrigar aos cinco.

Parados, decidimos recarregar baterias, fazendo um pequeno lanche e torcendo a nossa roupa que estava totalmente encharcada.

Assim que paramos, a temperatura começou a descer. Fiquei preocupado com isso e dei a ideia de acendermos uma pequena fogueira para nos aquecermos e tentarmos secar as nossas roupas. A lenha caída a nossa volta estava molhada e fazer fogo nessas circunstâncias iria ser um desafio. Benditos lenços de papel que levo sempre na mala! Conseguimos fazer lume e fica o registo do momento:

Os meninos à volta da fogueira (para todos os efeitos legais, não estamos a queimar a camisola do Benfica... Era mesmo para a secar :) )
Tudo o que pudemos secar, foi seco... Até o capacete!

Depois de secarmos as nossas t-shirts, decidimos aproveitar o lume para secar tudo o que podíamos como as luvas, as capas dos bancos e até mesmo as mochilas. Estivemos cerca de uma hora parados na casa antes que parasse de chover.

Mais secos e com a moral em cima (uma fogueira tem sempre esse efeito), apagamos bem o fogo (se há coisa que tenho pânico é de deixar fogo mal apagado) e prosseguimos caminho. Teríamos cerca de 3 Km de estrada alcatroada até chegarmos ao próximo trilho de terra que queríamos seguir. Novamente, as coisas não correram da melhor forma...

2 Km após o reinicio da pedalada, com a estrada totalmente encharcada, estávamos a fazer uma pequena descida quando, num S na estrada, o S.S. perdeu o controlo da sua bike (o Gingarelho do Cunhado que apresentei à uns posts atrás) e caiu à minha frente. Pelo que falamos depois, como não estava habituado a ela e porque apareceu um carro, travou demais, perdeu o controlo e foi ao chão... Apressamo-nos a ir ao seu encontro e vermos como estava. Ficou com o ombro, anca e joelho esquerdo esfolado. Para além do arder horrível de uma queimadura em alcatrão, poderia ter sido muito pior. Principalmente porque apanhou um carro de frente e poderia ter ficado debaixo dele...
Garantimos que estava tudo OK (dentro do possível), falamos que não vale a pena irmos rápido demais e que o mais importante é ninguém se aleijar...
O Gingarelho, sem dúvida que não estava nas melhores condições. Para piorar, a skill do S.S., por melhor que seja, não se aplica quando estamos parados há algum tempo (o que é verdade). Prosseguimos em marcha mais lenta a partir daí por mais dois km. Fui ao lado do S.S., atrás do resto do grupo até que ele me diz que não se sente bem e que o ombro lhe dói mais do que uma simples pancada... Fiquei preocupado e chamei o resto do grupo... Decidimos parar a pedalada por aí e iríamos para casa para que ele desse uma olhada a sério para a queda e as suas mazelas... O mais importante, é nunca deixarmos alguém para trás! Decidimos deixar o plano cair por terra e seguimos para baixo, em direção a casa.

Decidimos deixa-lo em casa e seguiríamos viagem, novamente, da parte da tarde, para a serra. Basicamente iríamos "dobrar" as subidas já que tínhamos combinado fazer isso durante todo o dia.

Depois de baterias recarregadas, pusemos novamente as malas às costas (eu não porque tenho porta bagagens :) ) e subimos novamente a serra para o take 2. Desta vez éramos apenas quatro visto que o S.S. tinha ido para o Hospital confirmar se estava tudo OK.

Passeamos durante a tarde, subimos, descemos e fizemos a paragem final na Barragem do Rio da Mula:

Não é a Torah mas sim o novo brinquedo do Cunhado (a TrailRock 50)
Da esquerda para a direita: O Jack Lupin, o Pai e o Cunhado. Lá ao fundo, encostada à árvore, está a Torah.

Depois de chegarmos a casa, o balanço final do dia foram 45K. Existe uma parte do mapa onde perdi o sinal GPS e o Strava, como "amigo" que é, decidiu marcar uma linha reta entre o ponto em que o perdi e ganhei novamente. Penso que se não o tivesse perdido, o trajeto total do dia tinha chegado aos 50k (era o meu objetivo)... Mas não faz mal...



Apenas como nota final, depois de chegar a casa durante a tarde, tivemos noticias do S.S. O que pareceu uma queda "inofensiva", resultou numa fratura do ombro. Terá agora de estar em casa durante 3 semanas, em repouso absoluto. Se não for ao lugar, terá de levar um parafuso :(
Esperemos que ele recupere a 100% e que queira voltar novamente a juntar-se a nós num futuro próximo...

Desta forma, depois do nosso primeiro infortúnio, deixo os seguintes alertas:
  • Não andem mais rápido do que devem e que podem;
  • Tenham sempre a vossa bike nas melhores condições possíveis;
  • Andem sempre com um kit básico de primeiros socorros (não o tínhamos mas a partir de agora passa a ser algo obrigatório nas nossas pedaladas);
  • Cuidados redobrados quando andam com piso molhado!

O Jack, o outro principiante que estava connosco (de principiante tem apenas o facto de nunca ter ido connosco antes porque de resto, aguenta bem mais que eu!), ficou fã e vai começar a ir de forma regular... Já conseguimos "contagiar" mais um!

Eu não queria mas fui obrigado...


Antes da minha ultima passeata offroad, decidi passar na Decathlon para me tentarem dar um jeito no desviador da frente da Torah. É verdade que nunca vos tinha dito mas desde que a fui buscar, apenas tinha a segunda e terceira mudança à frente. Dei voltas e voltas, afinação sobre afinação e apenas conseguia ter a primeira e segunda, ou segunda e terceira.
Nunca me chateei muito com isso porque para andar em Lisboa (leia-se a direito) a primeira mudança é totalmente dispensável. Ora quando se fala nas íngremes subidas de uma serra, o caso muda um bocado de figura...

Quando lá fui, o senhor da assistência demonstrou-se bastante prestável e tentou afina-la... Ora o resultado inicial foi passar a ter a primeira e a segunda... Voltei lá depois de um test drive de 100 metros no parque de estacionamento. Tentou desapertar a porca que prende o cabo para o afinar... Escusado era ter-me entortado o desviador todo e ter deixado ainda pior do que estava quando chegou...
Posso não ter a melhor skill do mundo a afinar mudanças mas sei o básico e nunca tentaria desapertar um componente da forma que ele o fez...
O resultado? Fiquei com o desviador todo torto, a roçar por todo o lado na corrente, a primeira entra a custo e a terceira nem vê-la...

Nos dois dias seguintes, estava de férias... Tinha montes de coisas para tratar para o casamento e aproveitei um tempinho para ir às compras... Tinha uma pedalada longa para fazer no Sábado seguinte e queria garantir que tinha tudo a funcionar corretamente...

Lá tive de fazer umas aquisições na Decathlon para por a Torah com as mudanças a funcionar corretamente... E aqui estão elas:


Custos
Desviador Shimano Altus: 14,95 (LINK)
Cabo standard B'Twin: 4,19€ (LINK)
Corrente 3-8 mudanças B'Twin: 9,95€ (LINK)

Uma vez que tinha uma pedalada combinada para Sábado (e que iria ser mais longa que o habitual), pus mãos à obra.
Comecei por cortar o cabo porque era impossível tirar a porca de fixação (conseguiram moer a rosca), desmontei a manete das mudanças para ter acesso à fixação do cabo, cortei a corrente com um alicate grande (aqueles que são infelizmente usados para cortar cadeados) e depois disso já poderia tirar o desviador torto. Fotos de como estava antes das alterações:


















Uma das coisas que não sou fã no design do quadro da Torah, é a passagem dos cabos das mudanças e do travão traseiro na parte superior do quadro. Uma coisa que já tinha pensado em tempos e que iria fazer quando tivesse de mudar algum dos cabos, era colocar uma bicha de proteção no troço que passa por cima do quadro. Serve de proteção e evita a oxidação. Como tinha algumas peças guardadas de bicicletas mais antigas, cortei uma bicha à medida e iria usa-la.
Outro pequeno detalhe (mais estético do que funcional, foi passar o cabo entre o triângulo traseiro. Antes, tal como o cabo para as mudanças de trás, este passava por fora. Assim fica mais "arrumado".

Depois do trabalho feito, o resultado final (sim, a Torah está bem suja porque as fotos foram tiradas dois dias depois, após uma volta em que a chuva foi uma constante... Mas mais info sobre isso irá aparecer no próximo post):


quinta-feira, 11 de junho de 2015

Efeito viral - Mais efeitos


Porque num mesmo dia pode haver mais conteúdo de duas rodas do que uma ida à serra, durante a tarde do dia 10, depois do repasto e todas as histórias macabras que falei no post anterior, a minha irmã (que nos acompanhou a andar), desafiou-me para a acompanhar num treino nas ruelas sem trânsito, a direito, sem pessoas, etc e tal, perto da casa dela.

Aceitei o desafio porque estava mesmo muito curioso para ver a minha irmãzita (que só por acaso até é mais velha que eu) a andar pela primeira vez.

Aproveitei a bike nova do Cunhado que também estava na garagem e metemo-nos ao caminho.
Logo à primeira, conseguiu manter o equilíbrio, andou uns metros, mas foi atraiçoada pelo passeio :) Ou pela direção que não responde como deve... Ou pela estrada que se mexeu... Seja como for, ficamos lá uns bons minutos a andar de um lado para o outro, ensinei-lhe umas técnicas para ganhar confiança, fazer umas gincanas usando os traços da estrada.

Uma das coisas que ficou fantástica, foi o meu trajeto no Strava... O troço de estrada era tão curto (cerca de 200m) que ficamos ali incessantemente às voltas:


quarta-feira, 10 de junho de 2015

Diferentes visões, uma realidade...


10 de Junho, dia de Portugal, feriado nacional... Como passei a manhã? A pedalar claro está :)

Era também dia da Marginal sem carros. A ideia inicial, era as Senhoras da família (leia-se a Pikena, a Irmã e a Mãe) irem de carro até Carcavelos e andarem até Santo Amaro de Oeiras onde iria haver algo tipo aula de ginásio. Os "Gajos" (leia-se o Pai, o Cunhado e Eu), iríamos a pedalar desde casa e encontravamo-nos algures pelo caminho.

A ideia até que era interessante, excepto um pequeno (grande) detalhe...
Sou totalmente a favor destas iniciativas mas não gosto propriamente de participar nelas... Porquê? Porque devido a segurança, penso que não é propriamente boa ideia juntar as "famílias felizes" (leia-se os casais que levam os filhos de trotinete e nos seus pequenos triciclos) e ciclistas. Volto a dizer que totalmente a favor destas iniciativas ok? Simplesmente, para evitar algum acidente em que "atropelo" alguém por me estar a desviar de outra pessoa, não me meto lá no meio. Além disso, um dia espero vir a ter a minha própria "Família Feliz" e não gostaria mesmo nada de ser abalroado no meio da confusão...

Solução: Ir para outro lado onde desse para andar de bike e acompanhar ao mesmo tempo as senhoras que se juntariam a nós. Escolha de local: O Parque do Pisão na Serra de Sintra.

So far, so good!

O pessoal de bike arrancou às 8:00 de casa, para dar mais que tempo de chegar ao local. Depois disso, às 9:00, elas arrancariam de carro ao nosso encontro. E foi aqui que as coisas começaram a correr de forma estranha...

Já estávamos nós na barragem do Rio da Mula quando o meu telemóvel toca. No caminho até ao nosso encontro, a minha Irmã meteu a roda numa berma e furou um pneu. Estava a cerca de 3 Km de nós e separava-nos uma subida irritantemente longa. Metemo-nos de imediato ao caminho como "Cavaleiros" a trote! Mas de Bike... Seremos nós a versão contemporânea dos cavaleiros de outrora? Bahhh... Isso agora não interessa nada :)

Lá chegamos e ajudamos a trocar o pneu... Felizmente não houve direito a saídas de estrada, acidentes ou alguém ferido. Foi apenas um susto (e a conta de o trocar nos dias seguintes...).

Combinamos o ponto de encontro onde iriam estacionar o carro e lá seguimos os nossos caminhos separados até lá. Foi um percurso novo para mim, bastante acidentado mas fantástico para qualquer amante de BTT.

Apenas um pequeno aparte que será relevante mais á frente: Enquanto estávamos a subir para a barragem, vimos muitos, mas mesmo muitos carros estacionados á beira da estrada. Quando chegamos ao topo, percebemos o porquê (pela imagem penso que dá para ter a ideia de quantos carros estariam estacionados e seriam necessários para transportar todas estas pessoas...):


Fizemos a nossa progressão de forma lenta, acompanhando-as durante a hora seguinte.

Hora de nos separarmos: Elas seguiram o seu caminho até ao carro e nós seguimos para casa (era esse o ponto de encontro para de seguida irmos ter um belo repasto).
Cerca de 6 km depois, quase em casa, toca novamente o telemóvel... Mas desta vez não era um furo... Era o carro que tinha sido trancado por outro que achou que era dono e senhor da situação e que poderia estacionar a sua viatura de forma que os outros não pudessem sair...

Lá tivemos nós de voltar... Desta vez já de carro... Até chegarmos, tinham passado cerca de 30 min. Quando chegamos ao carro, vimos que não estava trancado por um mas sim por dois jipes...
Estavam lá já quatro pessoas a "guardar" a situação porque tinha todas as condições para correr mal. Houve discussão, palavras acesas mas no fundo algum bom senso (por mim não tinha havido mas isto sou eu que tenho mau feitio...)
A "Miss Dondoca", dona de um dos jipes, voltou, depois de ter terminado a sua caminhada (fazia parte da organização do enorme grupo da foto de cima), na maior das calmas, pediu desculpa com ar de quem não tivesse feito nada de mal. Disse-lhe umas belas verdades - que não vou detalhar - e lá tirou o carro... O dono do segundo jipe - estava a trancar o nosso e foi trancado pela Miss - já lá estava a cerca de uma hora...

Com isto tudo, teve-se de esperar cerca de duas horas desde o tempo que as meninas chegaram ao carro e a "Miss Dondoca" o viesse tirar, só porque estava algures numa caminhada...

Nota futura: Se não têm a certeza absoluta de quem é um carro, não o impossibilitem de sair... Desta vez, correu-lhe bem. Mas podia ter chegado, deparar com alguns vidros partidos ou os pneus furados... Posso ter mau feitio mas decerto que há pessoas bem piores que eu...


Coisas menos boas à parte, fica o percurso:


E agora vocês questionam-se: "Por que raio de carga d'agua deste o nome Diferentes visões, uma realidade... a este post? "
Simples :) Esta foi a minha visão... Ao chegar a casa, a Pikena pôs-se na blogosfera a retratar a experiência de passear na Serra... Acho que a visão foi bem diferente. Podem consultar AQUI.

É tão "castiço" que os mesmos acontecimentos tenham interpretações tão diferentes em função de quem as expêriencia :)

Os dois "novos" projetos

Há uns posts atrás disse que haviam dois projectos que ainda não tinha falado e que um deles é uma das principais razões da criação deste blog.

Antes de os apresentar, mais um pouco de enquadramento...
As idas para Lisboa estavam a ser cada vez mais frequentes tal como os meus passeios de BTT. Aplicando o belo do CSI (ver post anterior que fala sobre isto para mais detalhes), cheguei a algumas conclusões e alterações que teria de fazer para melhorar a minha performance, melhorar a minha condição física e acima de tudo estar mais confortável.
A forma como a Torah foi concebida por mim faz dela um excelente objecto de estudo. Posso dizer que adoro como ela está... Mas tenho de ser sincero comigo próprio... Na realidade não é nem uma bike citadina nem uma BTT para o nível de exigência que a tenho submetido. Onde mais isto é notório é no peso... De origem, a Torah já pesa algo na roda dos 16 kg... Com as coisas todas que lhe meti, piorei drasticamente este factor...
A parte pior disto é que para aproximar de um estilo afasto-me do outro...


Depois de muito pensar no assunto, achei que era a hora de criar algo diferente e mudar totalmente a minha óptica de upgrade.

Projecto E-Torah (ou Thorah 1.0):
Algo que me chamou a atenção logo que me iniciei nestas andanças, foram as E-Bike. Para quem não sabe o que é, consistem numa bicicleta "quase" normal que possui um motor eléctrico auxiliar. Na verdade, é uma bicicleta tacitamente igual às outras com a excepção de ter pelo menos mais 8Kg em cima de todos os componentes adicionais.
Isto sem dúvida que era uma ideia genial para usar a bike todos os dias nas viagens para Lisboa. Encurtava o meu tempo e nos dias em que "não apetece" já não tinha desculpa...
Mas quando vi os preços pela primeira vez, desmoralizei... A linha de entrada da Decathlon com estes bichinhos anda na casa dos 500€. Além disso, em termos de autonomia, design e força não tinha o que procurava... Haveria de encontrar outra solução mais eficiente e económica para por este projecto em prática.


Projecto Offroad:
Para já, terá este nome... Quando iniciar a sério e sair do papel, o projecto terá outro nome. Eu tenho o hábito de "personificar" tudo. As bikes não são excepção :)
Modificar a Torah para eléctrica resolvia apenas metade dos problemas. Como indiquei acima, acrescentar equipamento eléctrico a ela ia afastar-me ainda mais de uma BTT leve e altamente manobrável. Para dificultar mais as coisas, acredito que os componentes eléctricos (principalmente o motor) não iria ficar muito agradado em andar a saltitar de buraco em buraco. Tinha de proteger o investimento (caso o chegue a realizar).
Surgiu então a única hipótese lógica: Ter duas bikes distintas, para dois tipos de utilização distintas. Tinha de ter uma BTT "nova". Atenção que por "nova" refiro-me a nova nas minhas mãos. Nesta altura ainda debato comigo mesmo duas possibilidades:
  • Comprar uma nova (gama média)
  • Comprar uma usada (gama superior)
Qualquer que venha a ser a minha escolha, dois factores tem de ser garantidos:
  • O budget será o mesmo para as duas hipóteses
  • Apenas posso fazer isto depois do casamento

Embora os dois projectos sejam mais ou menos paralelos, por questões de usabilidade, o projecto offroad terá de avançar em primeiro lugar. Afinal de contas, a partir do momento que colocar o motor na Torah, acabou-se o offroad e passa a ser usada exclusivamente em estrada.

Algum trabalho de investigação já arrancou para ambos os projectos. Já consultei blogs e fóruns sobre e-bikes, já pesquisei por classificados de bikes na minha zona, já fui a várias lojas que as vendem... Enfim... Difícil vai ser a escolha. E mais importante, viver com essa escolha, não olhando para trás e acreditando que fiz a melhor opção possível...

Terreiro do Paço Experience


Reza a história (e a tradição) que o noivo não pode ver o vestido da sua noiva antes da hora do casamento - mais precisamente antes de a noiva percorrer o caminho até ao altar...
É devido a isto que vos trago uma experiência interessante.


Mas que raio tem um vestido de noiva a ver com Rodas? Mais precisamente 2 rodas?

No passado sábado, 6 de Junho, foi dia da Pikena ir fazer a prova final do vestido para o dia especial (sim, a data está bastante próxima...). Ora como não o posso ver, deixei-a na zona da baixa Lisboeta e fui estacionar o carro no Chiado. Tinha de fazer tempo para que ela se despachasse e ainda não havia uma única loja aberta (antes das 10 da manhã). Decidi descer a pé até ao Terreiro do Paço e ficaria a admirar a vista enquanto esperava.
Assim que me sentei à beira rio, passou uma bike por mim... E pensei em conta-las (as coisas estranhas que se faz para passar o tempo)...

Terreiro do Paço Experience:
Hora chegada: 9:45
Hora saida: 10:09
Tempo total observação: 24 min

Bicicletas e categorias:
BTT: 46
Estrada: 16
Dobraveis: 1
Citadinas: 4
Eletricas: 1
Total de bicicletas: 68


Da minha observação - ainda que não tenha registado informação sobre isso e como tal não posso ser exacto - obtive ainda as seguintes ideias:
  • A grande maioria das pessoas estavam de capacete (cerca de 90%);
  • A maioria das pessoas estavam com "vestimenta adequada" para andar de bicicleta (não a roupa que se usaria para ir trabalhar);
  • Pareciam-me praticamente todos ciclistas de lazer (alguém que não usaria a bike para ir para o trabalho).


Achei bastante interessante a diferença "abismal" entre o que é o "transito" de duas rodas entre um dia de semana (num local onde passo) e um fim de semana.
Outro detalhe que não esperava, foi o diferencial enorme entre BTT's e os restantes tipos. Num dia de semana decerto que a contagem seria inversa (eu continuaria a dar pontos às BTT visto que é o que uso para as minhas viagens urbanas).


Atenção que não estou com isto a indicar que acho mal ou errado o que vi. Andar em duas rodas, é bom, a qualquer hora e a qualquer dia, seja qual for a motivação! Apenas achei piada em partilhar as observações que fiz :)

terça-feira, 9 de junho de 2015

Efeito virus

Há coisas estranhas na vida e na forma em como as pessoas se relacionam. Hoje, falo do efeito de contagio. Não o digo numa óptica de doenças ou de infecções informáticas mas sim no poder de simples conversas...
Como deve de ser óbvio, andar de bicicleta tornou-se num tema de conversa com todos à minha volta.
O mesmo se passa com a minha paixão de vinhos. Há a curiosidade, o desconhecimento ou mesmo a vontade de manter uma conversa a fluir facilmente sem termos de dizer nada. Naquilo que gosto, qualquer pessoa mais introvertida pode ficar à vontade porque falo pelos cotovelos :)

Vinhos à parte (contagiei alguns para apreciar essa bela arte), o efeito Bike tornou-se um novo movimento com as pessoas à minha volta. Ora vejamos alguns exemplos:

O Pai:
Este senhor (forma formal e brincalhona que uso para me dirigir a uma das duas pessoas que me trouxeram a este mundo) sempre gostou de pedalar. Como tem bastante tempo livre dado o seu infortúnio profissional (desempregado), aproveita muitas vezes para pedalar, espairecer a cabeça e pensar na vida (imagino eu...).
Capacidade física e resistência estão lá e não são os seus 58 anos que o param.
Munido da sua bike, montada a partir de umas 4 diferentes, sem suspensão, travões de disco ou qualquer gadget moderno (sim, estamos a falar do equivalente a uma BTT com mais de 10 anos, daquelas que custavam 50€), faz frente a qualquer caminho, principalmente os que envolvem terra e natureza. Sempre o fez sozinho e nunca disse que não a ir com alguém.
Como iniciei este vicio, sempre que ando ao fim de semana, junta-se a mim ou se não combinar nada, é ele que me desafia.


O Cunhado:
Aficionado de desporto, frequenta o ginásio pelo menos 4 vezes por semana, partilha comigo umas partidas de ténis e combina futeboladas sempre que pode. Sim, ele tinha uma bike na garagem. Sim ela estava parada à cerca de 2 anos. Sim, é isso...
Com a minha embirrice e intervenções como "Ah e tal fixe era irmos dar uma curva no fim de semana até à serra" ou o clássico "Se eu vivesse tão perto do trabalho como tu, ia de bike todos os dias", alguns resultados foram obtidos...
Começou a dar uso ao "gingarelho" (nome fofinho com o qual baptizou a sua companheira de duas rodas) com uma ida à serra. Ela quase que não sobreviveu à volta devido a problemas nos pedais. Mas no final lá se aguentou...
Alguns arranjos e "atamancanssos" depois, começou a testar o caminho entre a casa e o trabalho. Já o fez várias vezes e diz que é para continuar...
Um mês depois, decidiu arrumar o Gingarelho num canto da garagem, chamou-me para o acompanhar e aconselhar, fomos a uma loja e comprou o seu novo brinquedo. No dia seguinte, fez o test drive na serra de Sintra comigo e com o meu Pai. Ficou rendido! "Agora é não parar!" disse-me ele quando chegamos ao fim do percurso.


A Irmã:
Provavelmente o maior exemplo que posso apontar de persistência e de força de vontade, é esta miúda.
Enquadramento: Estamos a falar de alguém que até há umas semanas atrás, nunca soube o que era andar de bicicleta. Em 30 anos (sim tem 30 anos) nunca tinha descoberto a felicidade de se equilibrar em duas rodas...
Na semana que iria completar as 31 primaveras, foi passar uns dias a uma terrinha perto de Peniche. Falou-nos - aos meus Pais, ao meu Cunhado, a Pikena e a mim - que era desta! Ia agarrar naquela bike velha e parada à anos que a minha tia tinha na casa de férias, e que iria, longe de olhares alheios, aprender a andar. Todos a apoiamos e achamos que era excelente: O que nunca imaginamos era que iria conseguir logo no primeiro dia! Claro que houve algumas quedas com direito a nódoas negras, joelho esfolado, etc. Ah, e perna direita dela conheceu de perto a roda pedaleira, tendo deixado os seus dentes marcados por duas vezes na carne. Foi decerto a melhor prenda que podia ter dado a ela mesma...
Já traçou o objectivo de treinar o equilíbrio (ainda algo precário) para um dia se juntar às nossas pedaladas...



No meio disto tudo, onde quero eu chegar?
Não acho que sou o responsável da força de vontade / bem estar dos que me rodeiam. Não sou eu que obrigo as pessoas a percorrerem os seus caminhos... Mas fico mesmo muito feliz que o façam! E quando somos mais do que nós próprios (não fazer as coisas sozinhos), torna-se tudo mais fácil e divertido! Puxamos e incentivamos-nos mutuamente!
Não sou o responsável, é verdade, mas decerto que sou um pequeno impulsionador...

segunda-feira, 8 de junho de 2015

O primeiro livro...


Gosto de ler... Não posso afirmar que seja daquelas pessoas que tem SEMPRE um livro na mochila e que aproveita todo e qualquer momento "morto" para consumir mais umas páginas de um qualquer romance com cinco mil páginas e três quilos de peso... Deixo isso para a Pikena. Afinal de contas, da enorme estante de livros que tenho na sala - e mais duas no escritório - contam-se pelos dedos das duas mãos os livros que são meus... Tirem as vossas conclusões de quem serão...
O meu tempo de transportes públicos, quando não estou com a Torah, é passado a escrever posts para o blog ou a organizar detalhes para o casamento...

Aparte disto, para a Pikena, a Feira do Livro em Lisboa, é uma saída anual obrigatória. Pela primeira vez, decidi ir com ela e com amigos.
Depois de muito andar por lá, tropecei num livro que me chamou a atenção. Olhei para a introdução, indice e para uma página aleatória no meio do livro. Fiquei vendido! Ou o livro é que foi vendido :)

Tratava-se deste:



Na terça-feira seguinte, estava lido na integra (dia em que o comecei a ler).
Acho que se trata de um livro com muito boas dicas para quem se está a iniciar no mundo das duas rodas e que deseja levar isso a sério. Por outro lado, de sério o livro tem pouco porque está todo ele repleto de exemplos parvos e piadas estapafúrdias. Mais uma razão para ser interessante e não maçudo. Além disso, um pouco de humor ajuda (muito) a que se falem de temas mais "sensíveis" sem ferir a susceptibilidade de ciclistas mais "puros".

quinta-feira, 4 de junho de 2015

Back on track!


Posso considerar que todas as mensagens a partir de agora são escritas "em tempo real". Até agora, tenho estado a recuperar a história desde o início para que tudo o que diga faça algum sentido.

A única coisa que ainda não abordei, que teve inicio antes de estar  escrever esta entrada, são dois projectos em duas rodas nos quais tenho vindo a pensar bastante e que ainda não os partilhei. Curiosamente, foi precisamente por um deles que surgiu a ideia de partilhar a experiência que estou a passar neste blog. Mas tudo a seu tempo...

As únicas entradas que foram criadas no tempo "correto", foram as relativas a vinhos... Decidi fazê-lo porque na prática este blog apresenta duas histórias totalmente distintas, que têm como único ponto de ligação a minha pessoa. Tudo o resto é totalmente independente :)

Em tom de desabafo, estou a escrever isto, sentado no comboio entre Cascais e Lisboa. Hoje não é um dia em que possa pedalar... Hoje, tal como ontem e no dia anterior, estou a trabalhar num cliente em Entre-Campos, o que não me permite levar a Torah comigo. AO olhar pela janela, vejo os carros a passar, o trânsito a acumular, etc... Era tão mais fácil se andássemos todos sobre duas rodas...

quarta-feira, 3 de junho de 2015

Stats de Maio


Final do terceiro mês... Estou mesmo muito orgulhoso de mim próprio!
Duas pedaladas à serra, cinco idas para Lisboa e sete idas para a estação. Longe daquilo que são os meus objetivos mas a pouco e pouco estou a conseguir lá chegar!
Passei o dobro do tempo a pedalar em relação ao mês anterior e o ganho de altitude praticamente triplicou!

Mês anterior
Tempo: 5h03m
Distância: 87,7 Km
Ganho de altitude: 470m
Número de voltas: 15


Maio 2015
Tempo: 10h15m
Distância: 157,0 Km
Ganho de altitude: 1458m
Número de voltas: 23


Acumulado 2015:
Tempo: 19h42m
Distância: 312,9 Km
Ganho de altitude: 2383m
Número de voltas: 53

Serra de Sintra - Take 2


E pela segunda vez, juntei-me com o meu Pai e fomos pedalar até à Serra.
Desta vez, como não estávamos limitados de tempo, decidimos fazer mais uns quilómetros e uns trilhos com subidas mais exigentes:



Aproveitei também para testar o meu novo suporte para o telemóvel, tanto em estabilidade sobre terreno acidentado como para usar a câmara traseira. Não tenho propriamente o telemóvel com as melhores specs do mercado mas penso que dá para o que se pretende... Abaixo um dos vídeos que fiz: 

Para além de tremido (como seria de esperar), fixei o suporte numa posição em que se vê mais a roda do que o caminho à minha frente. Nada que me tenha admirado pois quando o montei, apenas me preocupei no ângulo para quando estou sentado e não para fazer filmes.

Entretanto já corrigi a situação e hei de testar em breve o novo ângulo.

segunda-feira, 1 de junho de 2015

O suporte para o telemóvel - UPDATE


Depois da primeira ida à serra e de umas idas a Lisboa, cheguei à conclusão de que o sistema de fixação do telemóvel com elásticos não era muito eficiente.

Descobri que isso devia-se à qualidade dos mesmos. Vi o de um colega e não tem nada a ver. Afinal de contas o diferencial de preço teria de ir para algum lado.

Comecei a analisar outras hipóteses... Lembrava-me vagamente de um suporte em plástico numa mota de um amigo, há uns tempos atrás que poderia ser uma hipótese para a Torah.

Novamente, fui até ao E-Bay ver o que encontrava... E encontrei isto:


Gostei particularmente do quão versátil é em termos de rotação e apoio. Outra hipótese que também me ocorreu, foi usar o suporte de forma a que a câmara traseira do telemóvel conseguisse estar a descoberto, para poder gravar vídeos dos meus percursos.
Custou-me 4,74€ e poderão encontrar mais detalhes do seu funcionamento neste LINK.

3 semanas depois da encomenda, recebi-o e montei-o na Torah. O resultado foi o seguinte: